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Conab corta safra de trigo do Brasil em 15% e vê menor estoque em mais de 20 anos

Publicado 07.12.2023, 12:57
Atualizado 07.12.2023, 13:02
© Reuters. Colheitadeira atravessa campo de trigo. REUTERS/Enrique Marcarian
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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - Com a colheita de trigo de 2023 praticamente finalizada no Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu em cerca de 15% a estimativa de safra do país na comparação com o levantamento divulgado mês anterior, após as lavouras terem sido atingidas por chuvas excessivas no Sul.

A produção brasileira agora está estimada em 8,14 milhões de toneladas, no segundo maior volume da história no país, atrás apenas do recorde de 10,55 milhões de toneladas da temporada passada. Mas após exportações volumosas nos últimos anos e importações em queda de janeiro a outubro de 2023, os estoques finais da safra estão estimados em uma mínima da série histórica da Conab, iniciada em 2001/02.

Os valores do trigo pagos aos produtores dispararam quase 30% no último mês diante da menor oferta do cereal de qualidade, mostrando uma radical mudança no mercado. Em outubro, com a cotação da matéria-prima abaixo do preço mínimo do governo (patamar de garantia de custos aos agricultores), o Brasil anunciou a retomada de um programa de subvenção com gastos estimados em 400 milhões de reais em leilões de prêmio para apoiar negócios.

Em função das chuvas excessivas no Sul provocadas pelo El Niño, a produtividade foi reduzida no Paraná e Rio Grande do Sul, os principais Estados produtores, disse a Conab.

O Rio Grande do Sul sofreu com "chuvas volumosas, ventanias, granizo, enxurradas, enchentes, muita nebulosidade e poucos dias com sol em todas as regiões do Estado", o que afetou a qualidade do produto e limitou o manejo para controle de doenças.

"O trigo com PH 78, exigência mínima para a panificação, deve ficar em torno de 20% do total colhido (no Rio Grande do Sul)", disse a Conab. "Do restante, 50% tem PH de 72 a 77 e 30% está classificado como triguilho."

Com a redução da produção, a Conab estimou que o Brasil terá de incrementar as importações em 600 mil toneladas em relação à previsão anterior, para 6 milhões de toneladas em 2023/24 (agosto/julho), "bem como deverá ser reduzido o montante de exportações, passando de 2,6 milhões de toneladas para 2 milhões de toneladas" no mesmo período.

No campo das importações, a nova estimativa indica um aumento de 1,5 milhão de toneladas em relação ao ano anterior, enquanto as exportações deverão cair em mais de 600 mil toneladas na mesma comparação.

Mesmo assim, os estoques finais (base 31 de julho de 2024)deverão atingir os menores patamares em mais de 20 anos, segundo a série histórica da Conab, de pouco mais de 240 mil toneladas, versus 740 mil toneladas um ano antes, enquanto há poucos anos esta reserva de passagem superava 2 milhões de toneladas.

As importações brasileiras de trigo no ano civil, de janeiro a outubro, somaram 3,4 milhões de toneladas, queda de quase 1,5 milhão de toneladas ante o mesmo período de 2022, segundo dados do governo, uma vez que o Brasil contava com uma safra maior e lidou com menor oferta da Argentina.

PREÇOS

A Conab disse que, com os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural e/ou Cooperativa (Pepro) e Prêmio para Escoamento do Produto (PEP) e a quebra de safra, as cotações apresentaram valorizações nos dois maiores Estados produtores nacionais.

© Reuters. Colheitadeira atravessa campo de trigo. REUTERS/Enrique Marcarian

No Paraná, a média mensal foi cotada a 65,99 reais a saca de 60 kg, apresentando valorização mensal de 27,96%. Já no Rio Grande do Sul, a média mensal foi de 57,87 reais a saca, alta de 13,32%.

Ainda assim, o valor do mercado segue abaixo do preço mínimo para o trigo tipo 1 pão de 87,77 reais por saca de 60 kg (1.462,83 reais/tonelada). A cotação mais recente do centro de estudos Cepea indica o preço em pouco mais de 1.300 reais no Paraná.

 

(Por Roberto Samora)

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