Dólar salta 1,3% e vai a R$5,12 com exterior negativo e risco fiscal doméstico

Publicado 14.03.2022, 17:08
Atualizado 14.03.2022, 17:20
© Reuters. Nota de cinco dólares 
01/06/2017
REUTERS/Thomas White

SÃO PAULO (Reuters) -Uma "tempestade perfeita" empurrou o dólar para cima nesta segunda-feira, com a moeda norte-americana saltando mais de 1% e chegando a superar 5,14 reais na máxima, conforme operadores correram para a segurança do ativo em meio a um exterior arisco e a renovados riscos fiscais no Brasil.

O dólar à vista fechou em alta de 1,31%, a 5,1201 reais na venda. Na máxima, saltou 1,72%, para 5,141 reais, depois de na mínima cair 0,31%, para 5,0381 reais.

O dólar teve a maior alta diária desde 24 de fevereiro, quando subiu 2,03%.

Depois de por vários dias brilhar no topo dos melhores desempenhos globais, o real neste começo de semana ocupou a lanterna entre 33 pares do dólar na sessão.

O dólar no Brasil já vinha em fortalecimento desde o meio da tarde, com investidores pausando vendas depois das quedas recentes. A piora de sinal no exterior --à medida que títulos de renda fixa despencavam com temor de um banco central norte-americano mais duro ao provavelmente subir os juros nesta semana-- deu mais fôlego aos comprados.

A queda das commodities --cuja alta vinha ajudando a blindar os ativos brasileiros da turbulência externa-- e percepção de maior risco na China com o tombo de ações no país e novos lockdowns por causa da escalada de casos de Covid-19 se somaram à lista de fatores negativos.

O humor azedou de vez depois de notícias de que o Ministério da Economia estuda possível elevação dos valores pagos pelo Auxílio Brasil em caso de persistência do impacto da guerra na Ucrânia sobre a economia, medida que na visão de agentes de mercado comprometeria as contas públicas.

O mercado de juros, um dos mais sensíveis às perspectivas para a política fiscal, estressou a dois dias de uma decisão do Copom que já era alvo de intenso debate no mercado sobre a sinalização a ser dada. "Os DIs médios e longos explodiram e subiram mais de 30 pontos-base. O mercado já precifica Selic de final de ciclo a 14%", disse Roberto Motta, responsável pela mesa de futuros da Genial Investimentos.

Dados compilados por uma agência dos EUA mostraram que o real perdeu o posto de moeda preferida entre especuladores, que agora concentram apostas no peso mexicano. A moeda brasileira chegou ao fim da tarde em queda de 0,8% frente à mexicana.

(Por José de Castro; Edição de Isabel Versiani)

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