A Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil) divulgou nesta 2ª feira (5.fev.2024) a pesquisa “Plano de Voo 2024”, com 775 empresários brasileiros. Foi realizada em parceria com o PoderData, divisão de pesquisas do Poder360.
Segundo o levantamento realizado de 3 a 18 de janeiro de 2024, as empresas da Amcham esperam crescer mais que o PIB (Produto Interno Bruto). A expectativa para o crescimento da economia em 2024 está em 1,60%, diz o último boletim Focus divulgada pelo Banco Central.
Eis a estimativa de crescimento das empresas para 2024, segundo a pesquisa:
- 41% – esperam crescer acima de 15%;
- 11% a 15% – esperam crescer acima de 17%;
- 6% a 10% – esperam crescer acima de 17%;
- 1% a 5% – esperam crescer acima de 11%.
Eis as prioridades para fomentar os negócios:
- para 72% – aumento de vendas no mercado interno;
- para 49% – aumento da capacidade de produção/serviços;
- para 49% – redução de custos e aumento da eficiência;
- para 37% – automação e/ou transformação digital;
- para 37% – inovação, pesquisa e desenvolvimento.
Desafios para o crescimento das empresas em 2024:
- demanda interna – 44% ;
- instabilidade política – 37%;
- instabilidade/custo de mão de obra – 35%;
- insegurança jurídica e regulatória – 33%;
- desenvolvimento tecnológico e transformação digital – 28%.
Quais áreas devem ser priorizadas pelo governo?
- política econômica – 79%;
- infraestrutura – 54% ;
- trabalho e emprego – 53%;
- inovação e tecnologia – 49%;
- política industrial – 46%.
Quais devem ser as prioridades do governo para o crescimento da economia?
- equilíbrio fiscal – 80%;
- regulamentação da reforma tributária – 62%;
- segurança jurídica e redução de burocracia – 62%;
- política industrial e moderna – 47%.
Como a empresa vê o impacto da aprovação da reforma tributária?
- positiva – 41%;
- neutra – 35%;
- negativa – 21%.
Fatores externos mais influentes sobre a encomia e o negócios:
- disputa geopolítica e conflitos internacionais – 61%;
- políticas econômicas das principais economias – 58%;
- flutuações no mercado global d e commodities – 55%.
Impacto das eleições para presidente dos EUA:
- alto impacto – 24%;
- médio impacto – 47%;
- baixo ou sem impacto – 23%.
O que deve ser priorizado na relação Brasil-EUA em 2024?
- comércio e tecnologia – 75%;
- tecnologia e inovação – 65%;
- educação e mão de obra – 41%;
- diplomacia e cooperação política internacional – 38%;
- energia e energias renováveis – 30%.
Highlights da pesquisa:
- otimismo grande: 93% acreditam que suas empresas vão crescer em 2024 e mais de 40% acreditam que crescerão mais que 15%;
- incertezade fundo: apesar do otimismo, várias respostas indicam incerteza grande quanto à economia e aos efeitos das ações do governo;
- mercado interno: a prioridade para o crescimento é o aumento de vendas no mercado interno (72%), caracterizando o aumento da demanda interna como o maior desafio para o crescimento das empresas (44%);
- equilíbrio fiscal: deveria ser a maior prioridade do governo;
- reforma tributária: continua sendo um tema relevante. A regulamentação é uma das prioridades indicadas e 35% ainda avaliam como incerta o efeito que terá sobre os negócios;
- cenário internacional: as disputas geopolíticas, a política econômica dos maiores países e a flutuação dos preços das commodities são maiores preocupações;
- eleições dos EUA: terão um impacto para grande parte dos entrevistados (71%), tendo como foco da relação o desenvolvimento do comércio e o aumento dos investimentos;
- agenda do meio ambiente: tema é relevante ou muito relevante para 52% das empresas.
Evento na B3 (BVMF:B3SA3)
Com a parceria do Poder360, a Amcham Brasil promove nesta 2ª feira o evento “Plano de Voo Amcham 2024”. Reúne 150 CEOs e presidentes de empresas para discutir as perspectivas e desafios econômicos do ano. É realizado na sede da B3, em São Paulo. Inscreva-se aqui para acompanhar ao vivo.
Para o CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto, há “otimismo moderado” com a economia entre os integrantes da instituição. Uma dos itens positivos foi a aprovação da reforma tributária em 2023. No início do ano, disse, a principal expectativa dos associados da Amcham era de aprovação da reforma, mas havia dúvidas quanto às chances disso. “Os empresários mostravam ceticismo de a reforma ser aprovada em 2023”, afirmou Abrão Neto na abertura do evento da Amcham Brasil.
O presidente do Conselho da Amcham, Marcelo Marangon, disse que um sinal de dinamismo das relações econômicas entre Brasil e EUA está no fato de que o Brasil teve recorde de valor de exportação de produtos industrializados para os EUA, em cerca de US$ 30 bilhões.
O Poder360 lista a programação abaixo:
- “Cenário Político no Brasil em 2024 e Eleições nos Estados Unidos”, às 9h45:
- Christopher Garman, managing director for the Americas do Eurasia Group.
- “O Brasil e o Contexto Econômico Mundial: Perspectivas para 2024”, às 10h15:
- Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.
- “Perspectiva de Investimento Estrangeiro no País”, às 10h45:
- Gilson Finkelsztain, CEO da B3;
- Marcelo Marangon, presidente do Citi Brasil;
- Tito Andrade, sócio da Machado Meyer;
- Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil.
- “Perspectiva dos Setores Econômicos”, às 11h30:
- Alfredo de Goeye, CEO da Sertrading;
- Andrea Rolim, ex-presidente Brasil e vice-presidente da América Latina na Kimberly Clark e conselheira de Administração Grupo Fleury (BVMF:FLRY3);
- Luciana Staciarini Batista, presidente da Coca-Cola no Brasil e da Cone Sul.
- “A agenda econômica do governo federal”, às 12h15:
- Paulo Roberto Simão Bijos, secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento.