Investing.com - Os especialistas seguem pedindo cautela e recomendam acompanhar os dados, especialmente sobre a inflação.
“Na Europa e nos EUA, nas pesquisas da S&P Global para os índices de gerentes de compra, os PMIs, muitas empresas relataram novas pressões nos preços dos insumos, causadas em parte pelas tensões no Mar Vermelho, conflito que, se não for contido em breve, poderia se tornar uma ameaça ao processo global de desinflação em curso”, apontam em Link Securities.
Por outro lado, Hugo Le Damany e François Cabau, economistas da AXA (EPA:AXAF) Investment Managers, também alertam para a pressão dos preços no setor de serviços: “As empresas seguem elevando preços em um ritmo expressivo”, afirmam esses especialistas, lembrando que o setor de serviços aumentou seu peso e agora representa 44,5% da cesta de inflação, o que resultará em mais pressões e mais desafio para o BCE, reforçando sua dependência dos dados.
Ao mesmo tempo, os economistas da AXA IM alertam para novas pressões inflacionárias devido a questões geopolíticas: “Temos receio de que os componentes que atualmente estão pressionando a inflação para baixo possam enfrentar riscos de alta, já que as tensões no Mar Vermelho e no Oriente Médio não foram resolvidas e ainda falta ver seu impacto nos preços dos bens e, possivelmente, dos alimentos. Alguns estudos indicam um impacto de entre 0,1 e 0,2 pontos percentuais na inflação core devido à duplicação do custo do transporte marítimo”.
Os analistas da Renta 4 (BME:RTA4) também são cautelosos. “O IPC da Eurozona de janeiro ficou abaixo do esperado, moderando-se menos do que o previsto pelo consenso, tanto na taxa geral (2,8% vs 2,7%e e 2,9% anterior) como na core (3,3% vs 3,2%e e 3,4% anterior), um lembrete de que o processo de desinflação será menos tranquilo do que o mercado antecipa e que ainda é cedo para declarar vitória no controle da inflação, o que confirma nossa visão de que as taxas começarão a cair mais tarde do que o mercado espera (junho R4e ‘vs’ abril consenso)”.