Investing.com -- Os investidores tentam avaliar as perspectivas do setor de criptomoedas depois que o órgão regulador de valores mobiliários dos EUA processa duas grandes bolsas de criptoativos. Em outros lugares, os dados do comércio chinês apontam para a lentidão na recuperação pós-covid da segunda maior economia do mundo, enquanto a OCDE atualiza marginalmente sua perspectiva de crescimento global para 2023. No Brasil, Reforma Tributária deve ser votada na Câmara em julho.
1. Reação à repressão às criptomoedas da SEC
O preço da principal criptomoeda do mundo Bitcoin subiu mais de 4% na quarta-feira, recuperando-se de algumas perdas na sessão anterior, enquanto os investidores digeriam o impacto de dois processos movidos por reguladores dos EUA contra as principais bolsas de criptografia Coinbase Global (NASDAQ:COIN) e Binance.
Enquanto isso, as ações da Coinbase subiram nas negociações pré-mercado, recuperando-se ligeiramente de uma queda acentuada na terça-feira, depois que a Comissão de Valores Mobiliários processou a empresa por operar uma bolsa não licenciada. A queda se somou às perdas acentuadas observadas na segunda-feira, que foram desencadeadas por acusações semelhantes feitas pela SEC contra a rival Binance.
Apesar da repressão, a Ark Invest de Cathie Wood aumentou sua participação na Coinbase, de acordo com dados do site Cathie's Ark, que acompanha as atividades de investimento do grupo Ark. O carro-chefe de Wood, o ARK Innovation ETF (NYSE:ARKK), realizou a maior parte da compra, acrescentando mais de 300.000 ações.
Wood tem apoiado repetidamente a Coinbase e o setor de criptografia mais amplo, argumentando que o Bitcoin poderia ser uma proteção eficaz contra a inflação.
2. Queda nas exportações chinesas
Asexportações chinesas caíram mais do que o esperado em maio, em um novo sinal dos ventos contrários enfrentados pela recuperação do país após a suspensão das severas restrições da covid-19.
As exportações caíram 7,5% durante o mês em relação ao mesmo período do ano passado, mostraram dados da Administração Alfandegária na quarta-feira, já que a segunda maior economia do mundo foi atingida pela fraca demanda externa por seus produtos produzidos localmente.
A leitura havia aumentado nos últimos três meses, uma vez que os fabricantes locais correram para atender aos pedidos pendentes depois que as regras anti-covid foram relaxadas. No entanto, com o acúmulo de pedidos, as empresas chinesas estão enfrentando uma escassez de novos pedidos.
Importações também caíram 4,5%, embora essa queda tenha sido menor do que as estimativas e mais lenta do que a queda de 7,9% em abril.
Levando em conta os números de exportação e importação, o superávit da China em comércio caiu inesperadamente para o nível mais baixo em um ano em maio.
3. A OCDE eleva a perspectiva de crescimento anual, mas os ventos contrários permanecem
Espera-se agora que a economia global cresça em um ritmo ligeiramente mais rápido do que o previsto anteriormente em 2023, de acordo com uma nova previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
A organização sediada em Paris afirma que os preços mais baixos da energia estão aliviando a pressão sobre os orçamentos das famílias, enquanto o sentimento das empresas e dos consumidores também está melhorando. A reabertura da China também ajudou a impulsionar a atividade global.
Como resultado, na mais recente perspectiva econômica da OCDE, o grupo previu que o produto interno bruto mundial terá uma expansão de 2,7% este ano, um pouco acima de sua projeção anterior de 2,6%. No entanto, sem incluir o ano de 2020, atingido pela pandemia, essa ainda seria a menor taxa anual desde a crise financeira de 2008-2009, observou a OCDE.
Enquanto isso, o crescimento deverá se acelerar para 2,9% no próximo ano - um nível inalterado em relação às previsões de março da OCDE. Durante esse período, a OCDE espera que a recente onda de aumentos de juros do banco central, com o objetivo de controlar a inflação, pese gradualmente mais sobre o investimento privado.
O anúncio da OCDE ocorre depois que o Banco Mundial também elevou sua perspectiva de crescimento global para 2023 na terça-feira, mas destacou que a política monetária restritiva e a guerra na Ucrânia estão ameaçando a economia em geral. Ele também reduziu sua previsão para 2024 para 2,4%, em comparação com a perspectiva anterior de 2,7%.
Os futuros das ações dos EUA estavam mistos na quarta-feira, mas mantiveram-se em grande parte perto da linha plana, depois que os principais índices subiram na sessão anterior, com os investidores aguardando a importantíssima decisão do Federal Reserve taxa de juros na próxima semana.
Às 8h05 (de Brasília), o contrato Dow futuros recuava 0,05%, o S&P 500 futuros subia 0,04%, e o Nasdaq 100 futuros ganhava 0,02%.
A força das ações financeiras e de consumo discricionário ajudou a impulsionar os ganhos em Wall Street na terça-feira, com o Dow Jones Industrial Average e o S&P 500 fechando em alta.
O setor de tecnologia pesada Nasdaq Composite também terminou em seu melhor fechamento até agora neste ano, apesar das preocupações renovadas sobre o setor de criptomoedas após as reclamações da SEC contra a Coinbase e a Binance.
5. Após volatilidade, petróleo sobe mesmo com preocupações
Os preços do petróleo ficaram instáveis na quarta-feira, depois que os dados do comércio chinês, mais fracos do que o esperado, exacerbaram os temores sobre uma possível desaceleração na nascente recuperação pós-pandemia do país e minaram as esperanças de que o maior importador de petróleo do mundo estaria na vanguarda de um aumento na demanda este ano.
Enquanto isso, o setor mostrou na terça-feira que os estoques de petróleo bruto no maior consumidor de petróleo dos EUA diminuíram mais do que o esperado na semana passada. No entanto, um aumento nos estoques de gasolina no meio da principal temporada de verão dos EUA pesou sobre o sentimento.
Às 8h06 (de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 1,31%, a US$ 72,68, por barril, enquanto o contrato do Brent apresentava elevação de 1,19%, a US$77,20 por barril.
5. Próximos passos da Reforma Tributária brasileira
O relatório com as diretrizes da Reforma Tributária, aprovado nesta terça-feira, 6, na Câmara dos Deputados, prevê a unificação dos tributos sobre o consumo – PIS, Cofins, IPI, ICMS estadual e ISS municipal – em um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) que deve ser dual, ou seja, uma parte vai para a União e outra é destinada a estados e municípios.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) defendeu que a matéria não eleve a carga tributária e que o texto possa ajudar a simplificar os tributos, trazendo segurança jurídica e possibilite a redução da desigualdade.
“Queremos deixar essa votação na história do País, e acabar com esse ceticismo de 60 anos de discussão de uma reforma tributária que todo mundo anseia e não tem coragem de tocar”, afirmou.
Segundo Lira, a votação da reforma no Plenário da Câmara deve ocorrer na primeira semana de julho. Para agilizar o processo, no Senado, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) ontem a criação do grupo de trabalho sobre o tema. Além disso, o mercado conhece hoje os dados de inflação brasileira, com a expectativa de perda de fôlego do indicador.
Às 8h08 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 2,07% no pré-mercado.