Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com – A Tesla decepcionou com seus ganhos do primeiro trimestre, pois o fabricante de veículos elétricos colocou o crescimento acima dos lucros, enquanto a administração do HSBC tenta manter o banco unido. Mais ganhos devem ser reportados, enquanto o petróleo bruto cai por temor de uma desaceleração econômica nos EUA. No Brasil, governo anuncia medidas para destravar o crédito.
1. Tesla coloca o crescimento das vendas à frente dos lucros
Tesla (NASDAQ:TSLA) relatou seus ganhos do primeiro trimestre após o fechamento na quarta-feira, e o fabricante de veículos elétricos ficou aquém das estimativas de Wall Street, divulgando sua margem bruta trimestral mais baixa em dois anos, prejudicada pelos cortes de preços.
O CEO Elon Musk deixou claro na conferência que a guerra de preços que iniciou no final do ano passado continuaria, pois a empresa prioriza o crescimento das vendas antes do lucro em uma economia fraca.
"É melhor mudar um grande número de carros com margem inferior e colher essa margem no futuro à medida que aperfeiçoamos a autonomia", disse Musk.
A empresa informou uma margem bruta total de 19,3%, abaixo das expectativas do mercado de 22,4%, e manteve sua meta oficial de 1,8 milhões de entregas este ano.
A Tesla cortou os preços em todo o mundo em seus veículos, inclusive nos EUA, onde recentemente anunciou reduções de preços pela sexta vez este ano. E os cortes têm sido dramáticos, com o preço base do Modelo 3 caindo abaixo de US$40.000 nos EUA pela primeira vez em anos, uma queda de cerca de US$7.000 desde o início do ano.
As ações da Tesla caíram mais de 6% no comércio pré-comercialização.
O dilúvio de lucros continua na quinta-feira, com pouco mais de um décimo das empresas no S&P 500 tendo relatado resultados a partir da noite de quarta-feira.
A gigante de telecomunicações AT&T (NYSE:T), a empresa de serviços financeiros American Express (NYSE:AXP), a transportadora Alaska Air (NYSE:ALK) e a empresa de investimentos privados Blackstone Group (NYSE:BX) estão entre as empresas programadas para divulgar resultados na quinta-feira.
Além disso, as ações da IBM (NYSE:IBM) subiram quase 2% pré-mercado depois que o Big Blue superou as expectativas para lucro no primeiro trimestre após o fechamento na quarta-feira e sinalizou que a demanda por serviços de TI era melhor do que se temia.
Taiwan Semiconductor Manufacturing (NYSE:TSM) reportou um pouco mais forte do que o esperado o seu lucro líquido no primeiro trimestre, já que alguma resiliência na demanda global de chips ajudou a alimentar vendas mais fortes, enquanto a Nokia (NYSE:NOK) reportou lucro operacional abaixo das previsões para o primeiro trimestre e o fabricante de equipamentos de telecomunicações disse que estava vendo sinais de desaceleração nos gastos dos clientes.
2. Futuros mais baixos; preocupações de desaceleração à frente
Os futuros dos EUA foram negociados em baixa, enquanto os investidores digerem uma série de lucros corporativos antes da liberação de dados econômicos mais importantes em meio a temores de uma desaceleração.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros caiu 0,41%, S&P 500 futuros recuou 0,65%, e Nasdaq 100 futuros estava em baixa de 0,92%.
Os relatórios de ganhos têm sido mistos até agora, entretanto, é claro que os resultados das empresas listadas no S&P 500 serão mais fracos do que no período de um ano atrás. Isto joga na narrativa de que a economia dos Estados Unidos poderia cair em recessão no final do ano.
Há mais dados econômicos a serem estudados na quinta-feira na forma de reivindicações de desempregados e vendas de casas existentes, enquanto o dirigente do Fed Christopher Waller, o presidente da Fed de Atlanta Raphael Bostic e a de Cleveland Loretta Mester estão entre os oradores dos bancos centrais que deverão comentar sobre o estado da economia dos EUA.
3. O HSBC tenta evitar a conversa de separação
A equipe administrativa do HSBC (LON:HSBA) (NYSE:HSBC) está sob pressão para justificar seu modelo de negócios, depois que um acionista majoritário renovou seu apelo para uma ruptura do banco voltado para a Ásia no início da semana.
Ping An Asset Management Company disse em um comunicado que o HSBC "drenou" sua unidade asiática de dividendos e capital de crescimento para apoiar seus negócios relativamente de baixo retorno não asiáticos.
O maior acionista é visto como provável a votar a favor da divisão do banco em sua reunião anual de investidores no início de 5 de maio.
O HSBC respondeu no final da quarta-feira, dizendo, em uma nota, que a cisão dos negócios asiáticos "resultaria em perda material de valor para os acionistas do HSBC".
Com uma participação de cerca de 8% no HSBC, a Ping An não seria capaz de forçar a questão por si só, e o financiador relatou um forte salto em seu lucro do quarto trimestre no mês passado, após anos de transformação e corte de custos.
Dito isto, é claro que a administração de um dos maiores bancos da Europa está sob observação de que o sucesso contínuo é necessário.
4. Os preços do petróleo caíram para o nível mais baixo desde a OPEP+
Os preços do petróleo bruto caíram na quinta-feira, estendendo as perdas recentes devido a preocupações de que uma economia dos Estados Unidos que está estagnada irá atingir a demanda bruta do maior consumidor de energia do mundo.
Às 8h (de Brasília), os preços futuros do petróleo dos EUA caíram 1,5% a US$78,05 por barril, enquanto o contrato Brent caiu 1,37% para US$81,98 por barril.
Ambos os valores de referência caíram cerca de 2% na quarta-feira, e agora estão em seu ponto mais baixo desde que a OPEP+ anunciou seu surpreendente corte de produção em 2 de abril.
A Livro bege do Fed, uma análise periódica das condições em seus distritos regionais, sugeriu que a economia dos EUA estagnou nas últimas semanas, com as contratações e a inflação diminuindo e o acesso ao crédito diminuindo, aumentando as preocupações de que a economia está entrando em recessão.
Estes receios compensaram a notícia de que os estoques de petróleo bruto nos EUA caíram 4,6 milhões de barris na semana passada, de acordo com dados divulgados na quarta-feira pela Administração de Informação de Energia dos EUA.
5. Governo brasileiro lança medidas para facilitar acesso ao crédito
O Ministério da Fazenda anuncia nesta quinta-feira um pacote de medidas para facilitar o acesso ao crédito e reduzir as taxas de juros na ponta, considerando o atual patamar da taxa básica da economia brasileira, a Selic, mantida em 13,75% ao ano desde o ano passado – o que vem sendo alvo de críticas de membros do governo, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As medidas serão direcionadas a crédito bancário, mercado de capitais e seguros, como um projeto de lei para proteção dos investidores, informando quando a empresa estiver envolvida em arbitragem, permissão para debêntures incentivadas para infraestrutura social e ambiental, com isenção de imposto de renda, estabelecimento das regras para a criação do Real Digital, ampliação da atuação das cooperativas de seguros, entre outros temas.
Os detalhes serão conhecidos em coletiva de imprensa marcada para 9h.
Às 8h, o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 1,12% no pré-mercado.
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