Investing.com -- Os principais legisladores de Washington se preparam para se reunir a fim de romper um impasse nas negociações sobre o teto da dívida, faltando pouco mais de uma semana para um possível calote. A China proíbe as operadoras de infraestrutura local de comprar chips fabricados pela gigante americana de semicondutores Micron, enquanto as práticas comerciais de Pequim são alvo da cúpula do G7 no Japão. No Brasil, expectativa para votação da nova regra fiscal na Câmara dos Deputados.
1. Reunião sobre o teto da dívida se aproxima
O presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, se reunirão ainda hoje, enquanto os legisladores em Washington lutam para chegar a um acordo para aumentar o teto da dívida de mais de US$31 trilhões e evitar um possível calote.
McCarthy e a Casa Branca confirmaram que as negociações ocorrerão na segunda-feira. Ao voltar da cúpula do G7 no Japão ontem, Biden conversou com McCarthy, que atuou como o líder republicano de fato nas discussões.
Os dois homens descreveram sua conversa de domingo como positiva, mas ainda há preocupações de que um acordo não seja alcançado depois que as negociações foram paralisadas no fim de semana.
O Departamento do Tesouro advertiu que o governo dos EUA poderia ficar sem dinheiro para pagar suas contas já em 1º de junho, acrescentando que o impacto de tal ocorrência poderia se estender à economia global.
Os futuros das ações dos EUA se mantiveram praticamente estáveis na segunda-feira, antes da reunião de hoje entre Biden e McCarthy.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros recuava 0,08%, o S&P 500 futuros caía 0,10% Nasdaq 100 futuros estava em baixa de 0,14%.
Os principais índices recuaram para encerrar a semana de negociações anterior, depois que as negociações sobre o limite de empréstimos chegaram a um impasse inesperado. Os legisladores democratas e republicanos haviam sinalizado anteriormente que estavam cada vez mais próximos de chegar a um acordo.
Em outros lugares, as ações dos bancos regionais dos EUA ficaram sob pressão na sexta-feira, depois que a CNN informou que a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse aos executivos dos bancos que mais fusões podem ser necessárias para reforçar a força do setor.
2. A trajetória da taxa do Fed em foco
Os investidores estarão ansiosos para receber quaisquer pistas sobre os planos do Federal Reserve sobre a taxa de juros hoje, com vários formuladores de políticas do banco central dos EUA em discursos.
James Bullard, Thomas Barkin, Raphael Bostic e Mary Daly - todos presidentes de distritos sem direito a voto do Comitê Federal de Mercado Aberto, que define as taxas - devem participar de discussões públicas hoje.
O presidente do Fed, Jerome Powell, sugeriu na semana passada que um aperto nas condições de crédito após a turbulência no setor bancário pode significar que o banco central não precisará aumentar os custos dos empréstimos tanto quanto previa anteriormente para controlar inflação.
O debate já girou em torno da possibilidade de que o Fed faça uma pausa em sua campanha de longa data de aumento das taxas no próximo mês, embora Powell tenha observado que ele "poderia se dar ao luxo de analisar" os dados econômicos recentes antes de tomar uma decisão.
3. Micron cai após proibição de chips chineses
As ações da Micron Technology Inc (NASDAQ:MU) caíram nas negociações de pré-mercado na segunda-feira, depois que a China proibiu as principais operadoras de infraestrutura local de comprar chips fabricados pela empresa americana de semicondutores.
A medida foi vista como a mais recente escalada nas tensões entre Pequim e Washington sobre o fornecimento de semicondutores, com ambos os países citando preocupações com a segurança nacional em relação ao comércio dessa importante tecnologia.
Isso também ocorreu depois que a China se tornou um ponto focal da reunião do Grupo das Sete economias mais ricas no último fim de semana. Em particular, os líderes atacaram Pequim pelo que descreveram como suas práticas comerciais "não mercantis". Uma declaração separada, que não mencionou especificamente a China, também condenou o aumento de "incidentes de coerção econômica".
O Ministério das Relações Exteriores da China, por sua vez, criticou o G7 por "suprimir o desenvolvimento de outros países".
4. Petróleo volátil em meio à incerteza do teto da dívida
Os preços do petróleo oscilaram em torno da linha plana em negociações agitadas na segunda-feira, refletindo a cautela entre os comerciantes sobre as perspectivas para as negociações do limite da dívida dos EUA.
Às 8h (de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA estavam 0,04% mais altos, a US$71,72 por barril, enquanto o contrato do Brent ganhava 0,05%, para US$75,62 por barril.
Ambos os contratos ganharam cerca de 2% na semana passada. O movimento encerrou quatro semanas consecutivas de fortes quedas, provocadas por preocupações com a desaceleração do crescimento na China, o maior importador de petróleo do mundo, bem como com as possíveis repercussões econômicas de um calote dos EUA.
5.Expectativa para votação da nova regra fiscal brasileira nessa semana
A semana inicia com a expectativa de votação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, que deve substituir o teto de gastos. A apreciação em plenário deve ocorrer entre amanhã e quarta-feira, após os parlamentares aprovarem a tramitação em regime de urgência.
A equipe econômica espera que o substitutivo do relator, Claudio Cajado (PP-BA), não tenha mudanças significativas, mas PT e deputados da base aliada, como PDT e PSB, querem que o Fundeb e o piso da enfermagem fiquem de fora do limite previsto na matéria.
Para a XP Investimentos (BVMF:XPBR31), o substitutivo da nova regra fiscal teve uma avaliação neutra, “com aumento de despesas no curto prazo combinado a algumas medidas de ajuste”.
Às 8h, o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 1,14% na pré-abertura.