Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Os índices futuros das ações dos EUA registram ganhos nesta segunda-feira, 22, antes da abertura das bolsas em Nova York, dando continuidade ao impulso dado pelas ações de tecnologia na semana passada. A autoridade de aviação norte-americana recomenda novas verificações de segurança nos aviões da Boeing (NYSE:BA) que têm características semelhantes às de um modelo de jato envolvido em uma violação do plugue da porta em pleno ar no início deste mês. A Sony (NYSE:SONY) interrompe uma megafusão com a Zee Entertainment da Índia, dando início a uma possível batalha judicial. No Brasil, seguem as discussões sobre a reoneração da folha de pagamento.
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1. Futuros dos EUA sobem com IA; FAA pede mais checagem da Boeing
Os contratos futuros dos principais índices americanos avançavam na segunda-feira, indicando a extensão de um rali gerado pela inteligência artificial, que levou o índice S&P 500 a bater um novo recorde na sessão passada.
Às 7h50 (horário de Brasília), o S&P 500 futuros subia 0,28%, o Nasdaq 100 futuros ganhava 0,53%, e o Dow futuros tinha alta de 0,1%.
Os principais índices de Wall Street fecharam a sexta-feira com valorização superior a 1%, impulsionados por uma projeção de lucro acima do esperado para o segundo trimestre da Super Micro Computer (NASDAQ:SMCI), fabricante de servidores. A expectativa positiva provocou um salto expressivo nas produtoras de chips de IA Nvidia (NASDAQ:NVDA) e Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD), assim como uma elevação do Philadelphia SE Semiconductor Index a um patamar inédito.
O otimismo em relação à IA foi reforçado no começo da semana pela TSMC, a maior fabricante de chips terceirizada, que estimou um crescimento de 20% na receita neste ano, devido à demanda crescente por aplicações potenciais da tecnologia emergente.
Após um pregão de forte movimentação nas bolsas americanas, o S&P 500 avançou 1,23%, o Nasdaq Composite, de alta tecnologia, subiu 1,7%, e o Dow Jones Industrial Average, de 30 ações, aumentou 1,05%.
A agência reguladora da aviação dos Estados Unidos recomendou que as companhias aéreas façam inspeções nos tampões das portas dos aviões Boeing 737-900ER, afirmando que eles têm um design igual ao de um jato envolvido em uma ruptura perigosa em pleno voo no começo deste mês.
Em um comunicado divulgado na noite de domingo, a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) disse que os operadores do 737-900ER são "orientados a fazer uma verificação visual" para assegurar que o tampão da porta esteja "fixo sem qualquer movimento". A FAA disse que a medida foi planejada para criar "uma camada extra de segurança".
A FAA acrescentou que alguns operadores "relataram problemas" com parafusos no 737-900ER em inspeções de manutenção anteriores dos tampões da porta de emergência intermediária. Embora não pertença à frota Max da Boeing, o 737-900ER tem o mesmo tampão de porta opcional visto na nova família de jatos da fabricante americana.
A Boeing, que já foi submetida a um rigoroso escrutínio nos últimos anos por causa de questões de segurança, enfrentou mais pressão desde a explosão não fatal em seu modelo 737-9 Max operado pela Alaska Airlines em 5 de janeiro. A FAA suspendeu 171 dos aviões 737-9 Max após o incidente.
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2. A temporada de balanços americana em foco
Os investidores estarão de olho em uma série de resultados importantes no fim desta semana, com grandes empresas como Netflix (NASDAQ:NFLX), Tesla (NASDAQ:TSLA) e 3M (NYSE:MMM), todas prontas para divulgar seus últimos números.
Os analistas previram que os dados trimestrais ajudarão a definir a sustentabilidade da recente alta do S&P 500.
"Se descobrirmos que o mercado se antecipou ou se recebermos projeções de algumas dessas empresas que não estejam de acordo com o sentimento positivo que está sendo precificado nelas, isso pode ser um risco real", disse à Reuters Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers (NASDAQ:IBKR).
Fora dos EUA, algumas das empresas de tecnologia mais conhecidas da Europa devem apresentar seus relatórios financeiros, incluindo a fabricante de chips ASML (AS:ASML), a fabricante de acessórios para computadores Logitech (NASDAQ:LOGI), a desenvolvedora de software SAP (ETR:SAPG) e a gigante da moda LVMH (EPA:LVMH).
CONFIRA: Calendário da temporada de balanços
3. Sony desiste de fusão com Zee na Índia
A Sony encerrou as negociações sobre a fusão de sua subsidiária indiana com a Zee Entertainment, uma das maiores empresas de mídia da Índia. O acordo, que criaria um conglomerado de US$ 10 bilhões em um dos mercados mais dinâmicos do mundo, fracassou por divergências sobre as condições de fechamento e a liderança do grupo combinado.
A Sony disse que estava "extremamente desapontada" com o fim das discussões e que buscava uma indenização de US$ 90 milhões da Zee. A Zee, por sua vez, negou as acusações da Sony e disse que tomaria medidas legais para proteger seus interesses.
As ações da Zee caíram mais de 20% na bolsa de Mumbai após o anúncio do rompimento das negociações.
CONFIRA: Cotações das commodities
4. Petróleo sobe com preocupações geopolíticas
Os preços do petróleo apresentavam alta nesta segunda-feira, com as incertezas sobre a demanda global sendo ofuscadas por preocupações geopolíticas.
Às 7h50, o barril do WTI, referência nos EUA, avançava 0,33%, atingindo US$ 73,49, enquanto o de Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), subia 0,31%, a US$ 78,80, no mercado futuro.
As projeções para a demanda continuam pessimistas. A Administração de Informações de Energia dos EUA, a Agência Internacional de Energia e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) preveem uma queda na demanda por petróleo neste ano. Analistas também apontaram que o crescimento nos EUA - o maior consumidor de petróleo do mundo - provavelmente desacelerou no quarto trimestre.
Para contrapor essas pressões baixistas sobre os preços, houve a continuação da violência no Oriente Médio durante o fim de semana, com os EUA interceptando outro míssil antinavio que estava sendo preparado para lançamento por militantes do grupo rebelde houthi, sediados no Iêmen, no Golfo de Aden. Os ataques na região, uma via crucial para a navegação entre a Europa e a Ásia, ameaçaram recentemente interromper o comércio global, levando muitas empresas a desviar suas embarcações da área.
Além disso, a Ucrânia supostamente realizou um ataque com drones em um terminal de exportação de combustível russo no fim de semana. A empresa russa de energia Novatek informou que foi obrigada a suspender algumas operações no local devido a um incêndio, conforme relatado pela Reuters.
5. Governo brasileiro pode voltar atrás na reoneração da folha
Em meio à polêmica com setores envolvidos e parlamentares, o governo pode voltar atrás na reoneração da folha de pagamentos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que governo federal se comprometeu a revogar a medida provisória (MP) que trata do tema. A expectativa é de que a MP seja reeditada para apreciação.
Pacheco tratou do tema após conversas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha criticado os contrários à volta dos impostos. Pacheco ainda avaliou a proposta de Lula de incluir uma contraproposta, como manutenção de empregos, como potencial “aprimoramento futuro”.
Às 7h50 (de Brasília), o ETF (NYSE:EWZ) subia 0,30% no pré-mercado.