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Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta sexta-feira

Publicado 02.08.2024, 08:05
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Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo

Investing.com -- Wall Street deve encerrar a semana em tom negativo, diante de dados fracos de atividade nos EUA, que deixaram os investidores preocupados com a possibilidade de uma recessão no país.

Os dados oficiais do mercado de trabalho (payroll), excluindo o setor agrícola, serão acompanhados de perto hoje, em busca de indícios de crescimento, enquanto os resultados dos pesos-pesados da tecnologia, Apple e Amazon, também estarão no centro das atenções.

No Brasil, a valorização do dólar frente ao real chega ao maior valor desde dezembro de 2021 em meio a pressões externas e comunicação da autoridade monetária.

CONFIRA: Calendário Econômico do Investing.com

1. Payroll em foco nos EUA

O destaque econômico de sexta-feira será a divulgação do relatório folhas de pagamento não agrícolas (payroll), que é acompanhado de perto, com os investidores buscando mais pistas sobre a saúde do mercado de trabalho dos EUA e da economia em geral. Os economistas esperam que a economia dos EUA tenha criado 177.000 empregos em julho, uma moderação em relação aos 206.000 do mês anterior. A taxa de desemprego, que subiu em cada um dos últimos três meses, deve se manter estável em 4,1%.

O Federal Reserve manteve sua taxa de juros overnight de referência na faixa de 5,25% a 5,50% na quarta-feira, onde está desde julho passado, mas também abriu a porta para reduzir os custos dos empréstimos já em sua próxima reunião, em setembro. Na declaração que acompanha o comunicado, o Fed suavizou a descrição da inflação e disse que os riscos para o emprego estavam agora em pé de igualdade com os do aumento dos preços.

Os dados divulgados no início desta semana mostraram que as vagas de emprego dos EUA caíram modestamente em junho, enquanto os novos pedidos de benefícios de seguro-desemprego aumentaram para um recorde de 11 meses na semana passada.

Um relatório fraco do ISM de manufatura nos EUA também aumentou os temores de uma desaceleração econômica e levou os investidores a se preocuparem com a possibilidade de o Federal Reserve estar atrasado na redução das taxas.

Os futuros das ações dos EUA caíram na sexta-feira, com os investidores digerindo alguns lucros decepcionantes do importante setor de tecnologia, enquanto aguardavam a divulgação do relatório mensal da folha de pagamento não-agrícola, amplamente observado.

Às 7h58 (de Brasília), o contrato futuro do Dow estava 0,93% mais baixo, o do S&P 500 caía 1,08%, e o do Nasdaq 100 recuava 1,6%, para o vencimento mais próximo.

Os índices de Wall Street fecharam em forte queda na quinta-feira, depois que um relatório ISM mais suave do que o esperado sobre o setor manufatureiro dos EUA levou os investidores a se preocuparem com uma possível recessão.

O S&P 500 caiu 1,4%, o Nasdaq Composto caiu 2,3% e o Dow Jones Industrial caiu quase 500 pontos, ou 1,2%.

Os investidores se concentrarão no relatório oficial de empregos para obter mais pistas sobre a força do mercado de trabalho dos EUA, com o sentimento de risco terminando a semana com o pé atrás.

A Apple (NASDAQ:AAPL) e a Amazon (NASDAQ:AMZN) divulgaram seus lucros após o fechamento na quinta-feira e estarão no centro das atenções, assim como a Intel (NASDAQ:INTC), depois que a fabricante de chips disse que cortaria mais de 15% de sua força de trabalho e suspenderia seus dividendos a partir do quarto trimestre, enquanto busca uma reviravolta.

Quanto aos lucros, as grandes petrolíferas Chevron (NYSE:CVX) e Exxon Mobil (NYSE:XOM) anunciarão seus resultados trimestrais na sexta-feira, antes da abertura do mercado.

ACOMPANHE: Monitor de juros do Fed

2. Apple impressiona apesar dos problemas chineses

A Apple divulgou na quinta-feira resultados do terceiro trimestre que superaram as estimativas de Wall Street, uma vez que um salto na receita de serviços ajudou a compensar a queda na receita do iPhone em meio à crescente concorrência na China.

As ações da gigante da tecnologia subiram 0,6% após o expediente, somando-se aos ganhos de quase 30% nos últimos três meses, resultando em ganhos de cerca de 13% ao longo deste ano.

A Apple disse que a receita em seu quarto trimestre fiscal cresceria em um nível semelhante ao aumento de 4,9% registrado no período de abril a junho, o que foi melhor do que as expectativas.

A receita de serviços aumentou 14%, atingindo o recorde de US$ 24,21 bilhões, superando as estimativas de Wall Street de US$ 24,01 bilhões.

As vendas do iPhone também melhoraram no terceiro trimestre, caindo apenas 0,9%, em comparação com a queda de 2,2% esperada pelos analistas, embora a China - o terceiro maior mercado da Apple - tenha continuado a ser um empecilho, já que as vendas lá caíram 6,5%.

A Apple passou a aplicar descontos em seus iPhones na China para competir com os smartphones alternativos muito mais baratos oferecidos por concorrentes locais, como a Huawei.

Apesar dessas dificuldades, as coisas podem melhorar no próximo trimestre, já que os analistas esperam um forte ciclo de atualização para a série iPhone 16, que provavelmente será lançada em setembro.

A empresa revelou uma série de produtos e serviços de IA que chama de Apple Intelligence em sua conferência de desenvolvedores em junho, e para operar o Apple Intelligence é necessário pelo menos um iPhone 15 Pro, o que pode levar os consumidores a atualizar seus dispositivos.

VEJA: Cotações das ações americanas no pré-mercado

3. Amazon relata desaceleração do crescimento das vendas on-line

As ações da Amazon caíram após horas depois que a gigante do varejo on-line relatou a desaceleração do crescimento das vendas on-line no segundo trimestre, acrescentando que os consumidores preocupados com os preços estavam agindo com cautela.

As vendas das lojas on-line da Amazon aumentaram 5% no segundo trimestre, para US$ 55,4 bilhões, em comparação com o crescimento de 7% no primeiro trimestre. Além disso, a empresa ofereceu guidance de receita para o terceiro trimestre de US$154-158,5 bilhões, abaixo das expectativas de US$158,2 bilhões.

O diretor-geral financeiro (CFO), Brian Olsavsky, declarou aos repórteres em uma call de resultados que os consumidores "continuam cautelosos com a redução de seus gastos". "Eles estão procurando ofertas", acrescentou, observando que os produtos com preços mais baixos estavam sendo vendidos rapidamente.

Essa notícia ofuscou os resultados geralmente positivos, com o lucro do segundo trimestre e as vendas de computação em nuvem superando as estimativas dos analistas. As ações da Amazon caíram quase 7% após o pregão, mas ainda estavam em alta de mais de 20% no acumulado do ano.

ACOMPANHE: Calendário da temporada de balanços

4. Petróleo está a caminho da quarta semana consecutiva de perdas

Os preços do petróleo estavam praticamente estáveis na sexta-feira, mas estavam a caminho de uma quarta semana consecutiva de perdas, devido às crescentes preocupações com a desaceleração do crescimento econômico.

Às 7h58, os futuros do petróleo dos EUA (WTI) subiram 0,03% para US$76,33 por barril, enquanto o contrato Brent subiu 0,05% para US$79,56 por barril.

Ambos os índices de referência caíram cerca de 8% nas últimas quatro semanas, já que dados econômicos decepcionantes do principal importador de petróleo, a China, e pesquisas mostrando uma atividade industrial mais fraca na Ásia, Europa e Estados Unidos aumentaram as preocupações com o fraco crescimento econômico global, pesando sobre o consumo de petróleo.

As fracas impressões econômicas fizeram com que os mercados, em grande parte, ignorassem o aumento das tensões no Oriente Médio após o assassinato de um líder do Hamas no Irã no início da semana.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecida como OPEP+, não fez alterações em suas políticas de produção após uma reunião on-line na quinta-feira, reiterando que poderia pausar os planos de aumentar a produção a partir de outubro.

ACOMPANHE: Cotações das commodities

5. Dólar dispara diante de tensão no cenário externo e Copom

Rompendo barreiras mais uma vez, o dólar ultrapassou os R$ 5,70, com investidores em cautela com o cenário global e com o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro. A moeda americana seguiu com tendência de apreciação frente ao real e atingiu a maior cotação desde dezembro de 2021.

Nesta quinta, a cotação do dólar ao final do pregão chegou a R$5,7364 na venda, um avanço de 1,43%. Outras moedas foram afetadas, como o peso chileno, o peso mexicano, além de ativos de risco em bolsas de valores. Em 2024, a moeda americana já ganhou 18,24% ante o real, em meio às incertezas fiscais e sobre os juros americanos.

Entre os motivos da aversão ao risco, tensões sobre eventual escalada de conflitos no Oriente Médio, após assassinato do líder do Hamas Ismail Haniyeh em Teerã, capital do Irã. Além do cenário externo, o mercado buscava sinalização do Copom de que poderia subir os juros se fosse necessário, mas o colegiado deixou em aberto os próximos passos. Parte dos analistas, assim, entendiam que a autoridade monetária não teria sido dura o suficiente diante das expectativas inflacionárias desancoradas.

Às 7h58 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 0,26% no pré-mercado.

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