Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com - Microsoft e Alphabet devem revelar seus lucros trimestrais, e os resultados provavelmente definirão o tom para os próximos números de outros titãs do setor de tecnologia. Enquanto isso, o Federal Reserve se prepara para iniciar uma reunião de política altamente esperada e o governo da China promete implementar medidas para reacender a recuperação econômica do país. No Brasil, foco na divulgação da prévia da inflação.
1. Microsoft e Alphabet apresentam relatórios
A Microsoft (NASDAQ:MSFT) e a Alphabet (NASDAQ:GOOGL), proprietária do Google, devem divulgar seus últimos lucros após o fechamento do pregão dos EUA na terça-feira, dando início a duas semanas de resultados de grandes empresas de tecnologia.
Tanto para a Microsoft quanto para a Alphabet, a atenção provavelmente se concentrará em seus negócios de computação em nuvem. As unidades têm sido uma fonte de renda consistente para ambas as empresas, embora o desempenho tenha sido prejudicado nos últimos trimestres, uma vez que a incerteza econômica convenceu muitos clientes a reduzir seus gastos.
A fraqueza pode ter se estendido para o trimestre de abril a junho, de acordo com analistas citados pela Reuters. O Microsoft Intelligent Cloud, o maior gerador de receita do grupo e sede de sua plataforma de computação em nuvem pública Azure, está se expandindo em sua taxa mais lenta desde 2017 durante o período. Enquanto isso, espera-se que a unidade de computação em nuvem da Alphabet tenha seu menor crescimento de todos os tempos.
Mas alguns analistas dizem que a pressão sobre a computação em nuvem pode estar diminuindo, observando que muitos clientes estão começando a descobrir como operar em um ambiente macroeconômico mais suave.
Em outros lugares, a inteligência artificial generativa, que impulsionou um aumento nas ações de tecnologia este ano, permanecerá no centro das atenções. O foco estará em como a Microsoft e a Alphabet, bem como as rivais Amazon (NASDAQ:AMZN) e a Meta Platforms (NASDAQ:META), proprietária do Facebook, planejam gerar receita com suas ofertas de IA.
A Meta Platforms deve divulgar seus últimos lucros na quarta-feira e a Amazon em 3 de agosto.
Os futuros das ações dos EUA subiam na terça-feira, com os investidores se preparando para uma série de novos lucros corporativos e uma decisão política importante do Federal Reserve.
Às 7h58 (de Brasília), o contrato Dow futuros subia 0,04%, o S&P futuros acrescentava 0,08%, e o Nasdaq 100 futuros ganhava 0,27%.
O índice de 30 ações Dow Jones Industrial Average subiu para sua décima primeira sessão consecutiva de vitórias na segunda-feira, enquanto o índice de referência S&P 500 e o índice de alta tecnologia Nasdaq Composite também subiram.
Além da Microsoft e da Alphabet, a Verizon (NYSE:VZ), a General Electric (NYSE:GE) e a General Motors (NYSE:GM) também divulgarão seus resultados antes do sino de terça-feira.
Vários retornos do segundo trimestre, mais fortes do que o esperado, ajudaram a alimentar as esperanças de que a economia dos EUA conseguirá uma aterrissagem suave diante do aumento das taxas de juros. A previsão geral é de que o Fed aumente os custos de empréstimos em mais um quarto de ponto percentual na quarta-feira, enquanto Wall Street também ficará atenta aos comentários sobre as perspectivas econômicas mais amplas do presidente do banco central, Jerome Powell.
2. O Fed dará início à reunião de dois dias
Os formuladores de políticas do Fed darão início à sua reunião de dois dias, que será acompanhada de perto, na terça-feira, com os mercados já precificando, em grande parte, um aumento de 25 pontos-base na taxa de juros no final desta semana.
De acordo com a Ferramenta de monitoramento da taxa do Fed do Investing.com, há atualmente mais de 98% de chance de que o banco aumente as taxas de juros para uma nova faixa de 5,25% a 5,50% após a conclusão de sua última reunião na quarta-feira.
As projeções quase consensuais podem dar mais importância aos comentários de Powell. Em particular, os observadores estarão atentos a quaisquer sinais de que o Fed possa estar planejando interromper sua campanha de longa data de aperto das políticas.
É crucial que os dados recentes tenham apontado para um abrandamento da inflação, que tem sido o principal fator por trás da série histórica de aumentos das taxas do Fed. Porém, com a incerteza ainda em torno de como o crescimento dos preços evoluirá nos próximos meses, permanece a possibilidade de que o Fed mantenha a flexibilidade para aumentar ainda mais as taxas, se necessário.
3. China promete medidas de apoio econômico
O órgão decisório do Partido Comunista da China prometeu intensificar as medidas destinadas a revigorar uma recuperação pós-covid que descreveu como "tortuosa".
O crescimento da segunda maior economia do mundo desacelerou substancialmente no segundo trimestre, uma vez que seus maiores impulsionadores - manufatura e setor imobiliário - permaneceram sob pressão.
Em resposta, Pequim ajustará sua política para ajudar a impulsionar a demanda doméstica, apoiar a confiança e evitar riscos, informou a agência de notícias estatal Xinhua, citando o politburo de 24 membros. Essas mudanças também terão como objetivo "estabilizar" o comércio exterior, disse o politburo após uma reunião na segunda-feira, presidida pelo presidente Xi Jinping.
As ações chinesas se recuperaram na terça-feira após as notícias, com as ações de tecnologia e imóveis registrando ganhos particularmente fortes.
4. O petróleo se mantém firme após as promessas de apoio da China
Os preços do petróleo se estabilizaram perto das máximas de três meses, com os investidores digerindo os planos da China de mais medidas de estímulo e os sinais de oferta restrita antes da reunião de definição de políticas do Federal Reserve.
Os dados de estoques dos EUA também estão em foco. Os números do setor do American Petroleum Institute devem ser divulgados na terça-feira, seguidos na quarta-feira pelos números oficiais da Energy Information Administration. Espera-se que os estoques tenham caído em mais de 2 milhões de barris na semana até 21 de julho, indicando uma demanda estável no maior consumidor de petróleo do mundo.
Às 7h58 (de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados 0,14% mais altos, a US$ 78,85 por barril, enquanto o contrato do Brent ganhava 0,08%, para US$ 82,55 por barril.
Ambos os índices de referência subiram mais de 2% na sessão anterior, atingindo seus níveis de fechamento mais altos desde abril.
5. Prévia da inflação brasileira de julho
Esta terça-feira, 25, será de divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial. A expectativa consensual é de que o indicador tenha registrado recuo de 0,01%, após 0,04% em junho. Dessa forma, o IPCA-15 em doze meses passaria de 3,40% para 3,26%.
A Warren Rena espera uma queda mensal maior, de 0,06%, com alívio do desconto especial conhecido como Bonus Itaipu, que levou a descontos na conta de energia. Além disso, a Medida Provisória (MP) que concede desconto em automóveis também deve ter efeito baixista, assim como o grupo alimentação no domicílio, puxado por cereais, carnes e leites. O grupo passagens aéreas também deve apresentar queda, espera a Warren, enquanto a gasolina deve ser o principal fator altista nesta leitura do índice.
Às 7h58 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,92% no pré-mercado.