Boom das criptos: quais ações do setor podem surpreender na alta?
Investing.com – Os índices futuros das bolsas nos Estados Unidos operam em baixa nesta quarta-feira, refletindo a cautela dos investidores antes da divulgação dos resultados da Nvidia. A companhia se consolidou como um dos grandes expoentes da revolução em inteligência artificial.
No mercado de renda fixa internacional, um leilão de títulos do Japão com baixa procura reacendeu preocupações com a demanda por papéis de longo prazo.
No calendário econômico local, teremos os números de geração de empregos formais para o mês de abril como destaque.
1. Balanço da Nvidia
O grande evento do dia é, sem dúvida, o balanço da Nvidia (NASDAQ:NVDA), considerado um termômetro para o desempenho do setor de tecnologia. A companhia reporta seus números do primeiro trimestre após o fechamento dos mercados. As projeções apontam para um salto de 66% na receita, alcançando pouco mais de US$ 43 bilhões no período encerrado em 31 de abril, uma expansão expressiva em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior.
O mercado espera que os robustos investimentos dos hyperscalers de Wall Street em data centers e infraestrutura de nuvem tenham sustentado os resultados da fabricante de chips. Ainda assim, o foco dos investidores recai sobre as projeções da companhia, especialmente em meio ao endurecimento das restrições dos Estados Unidos sobre exportações de semicondutores para a China. Embora haja sinalizações de flexibilização em outros mercados, a incerteza quanto ao mercado chinês permanece relevante.
Adicionalmente, a possível migração da fase de treinamento para a de inferência em modelos de IA, que demanda menos capacidade computacional, além do crescente interesse em arquiteturas mais leves, pode gerar um enfraquecimento na demanda futura por chips de alto desempenho.
Vale lembrar que, nos últimos três trimestres, os papéis da Nvidia apresentaram desempenho inferior logo após a divulgação dos resultados, muito em função das expectativas elevadas precificadas pelo mercado. Com isso, operadores adotam posições defensivas por meio de contratos de opções vinculados a ETFs de semicondutores, antecipando um aumento na volatilidade do setor.
2. Futuros norte-americanos em queda
Os índices futuros dos Estados Unidos operam em terreno negativo, ajustando parte dos ganhos robustos observados na sessão anterior. Às 7h15 de Brasília, o S&P 500 futuro recuava 5 pontos, ou 0,08%, o Nasdaq 100 cedia 18 pontos, equivalente a 0,09%, e os contratos futuros do Dow Jones registravam queda de 58 pontos, ou 0,14%.
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Na véspera, as bolsas americanas tiveram forte desempenho após o presidente Donald Trump anunciar o adiamento, para 9 de julho, de uma tarifa de 50% sobre produtos importados da União Europeia. O Dow Jones Industrial Average encerrou o dia com valorização superior a 700 pontos, equivalente a 1,8%. O S&P 500 avançou 2%, enquanto o Nasdaq Composite, mais sensível às empresas de tecnologia, saltou aproximadamente 2,5%.
Além do aguardado balanço da Nvidia, investidores acompanham os resultados de outras companhias relevantes, como Macy’s (NYSE:M), Abercrombie & Fitch (NYSE:ANF) e Dick’s Sporting Goods (F:DKS). Também está no radar a divulgação da ata da reunião de maio do Federal Reserve, que poderá fornecer sinais cruciais sobre os próximos passos da política monetária em meio às incertezas macroeconômicas.
3. Leilão de títulos do Japão abaixo do esperado
O mercado de títulos também atrai atenção após um leilão de papéis soberanos japoneses de 40 anos registrar a menor demanda desde novembro. A relação entre oferta e demanda recuou para 2,2, ante 2,9 observada na última operação, realizada em março.
Esse movimento ocorre em um ambiente de forte pressão sobre os títulos de longo prazo globalmente, à medida que investidores passam a questionar a sustentabilidade fiscal, sobretudo em economias desenvolvidas como Estados Unidos e Japão.
Nos EUA, o Tesouro americano enfrentou um apetite reduzido por seus papéis na semana passada, ao ofertar US$ 16 bilhões em títulos com vencimento em 20 anos. O cenário reflete apreensão com o crescente endividamento do país, enquanto o Congresso discute um pacote de medidas fiscais que tende a deteriorar ainda mais a trajetória das contas públicas.
O enfraquecimento da confiança dos investidores em relação à solvência fiscal americana vem na esteira do rebaixamento da nota de crédito soberana pelos principais agentes de classificação de risco. Após os cortes feitos anteriormente pela Fitch Ratings e pela Standard & Poor’s, a Moody’s também retirou os Estados Unidos do topo da escala, rebaixando seu rating de "Aaa".
No radar desta quarta-feira estão ainda o leilão de notas americanas de taxa flutuante com vencimento de dois anos, além de papéis de cinco anos, bem como uma emissão de títulos federais alemães com prazo de 15 anos.
4. Petróleo sobe
O petróleo registra leve alta, sustentado por preocupações com possíveis sanções adicionais à Rússia, o que poderia gerar impactos relevantes na oferta global. Mesmo assim, os preços permanecem dentro de uma faixa estreita antes da reunião decisiva da Opep+, marcada para o fim de semana.
No momento da redação, os contratos futuros do Brent avançavam 0,6%, cotados a US$ 63,96 por barril. Já os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) subiam 0,7%, para US$ 61,29.
A Opep+, que reúne os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, avalia a possibilidade de ampliar a produção, dando sequência ao movimento iniciado nos meses de maio e junho.
Enquanto o mercado se posiciona frente a essa expectativa, declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, adicionam tensão. Ele afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, estaria "brincando com fogo", sinalizando que novas sanções estão sob análise.
Esse ambiente pode comprometer os fluxos de energia da Rússia, impactando o equilíbrio do mercado global. Os investidores também aguardam o relatório semanal sobre os estoques americanos, produzido pelo American Petroleum Institute, adiado esta semana em virtude do feriado do Memorial Day.
5. Mercado de trabalho no Brasil
O mercado local deve repercutir os números de geração de empregos formais, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, para o mês de abril.
O dado dará uma visão melhor do aquecimento da economia brasileira e do rumo da política monetária do banco central, após o IPCA-15 ontem surpreender positivamente, com uma desaceleração para 5,4% em 12 meses, e o IBC-Br apontar para um crescimento sólido do PIB no primeiro trimestre, de 1,3%.
Em março, o mercado de trabalho formal brasileiro registrou saldo positivo de 71.576 vagas, resultado bem abaixo das projeções do mercado, cuja mediana apontava para 200.850 vagas, e ficou também abaixo do piso das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast. O desempenho do mês, que contou com 2.234.662 admissões e 2.163.086 desligamentos, representa o segundo pior março desde o início da série do Novo Caged, em 2020.
Apesar da desaceleração frente aos 437.111 postos criados em fevereiro (dado revisado) e aos 245.395 em março de 2024, o acumulado do ano segue positivo, com 654.503 vagas abertas, embora inferior ao mesmo período do ano passado, quando o saldo foi de 725.973.