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Publicado 07.11.2024, 07:55
© Reuters
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Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo

Investing.com - Os índices futuros dos EUA sobem depois que as ações em Wall Street atingiram níveis recordes com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial. A oponente democrata, Kamala Harris, admite formalmente a disputa e diz que apoiará uma "transferência pacífica de poder".

Enquanto isso, o Federal Reserve deve revelar uma redução de 25 pontos-base na taxa de juros na quinta-feira, segundo estimativas do mercado, diante de dados recentes mais fortes para economia.

No Brasil, Banco Central eleva Selic para 11,25%.

VEJA: Calendário Econômico do Investing.com

1. Futuros em alta com decisão do Fed à frente

Os futuros de ações dos EUA subiram na quinta-feira, com os investidores avaliando o resultado da eleição presidencial dos EUA e aguardando uma decisão importante sobre a taxa de juros do Federal Reserve.

Às 7h51 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia somado 0,21%, o S&P 500 futuros havia subido 0,19%, e o Nasdaq 100 futuros 0,22%.

As principais médias de Wall Street atingiram um recorde de alta na sessão anterior, depois que o candidato do Partido Republicano, Donald Trump, foi eleito o 47º presidente dos EUA em uma vitória esmagadora. Foi o ápice de uma reviravolta impressionante para Trump, que retornará à Casa Branca para outro mandato de quatro anos, apesar de ser derrotado pelo atual presidente Joe Biden em 2020.

As chamadas "Trump Trades" - ou ativos que acompanharam aproximadamente as chances do ex-presidente de vencer a corrida durante a campanha - subiram. O dólar americano teve a maior alta em dois anos e os rendimentos do Tesouro dos EUA aumentaram, já que os investidores apostam que a presidência de Trump apoiaria as ações, pressionaria a inflação para cima e diminuiria o ritmo dos cortes nas taxas de juros.

Bitcoin também atingiu um pico histórico de US$76.134, refletindo o otimismo em relação ao apoio de Trump ao setor de criptomoedas.

O Federal Reserve deve apresentar uma nova decisão sobre a taxa de juros na quinta-feira, após uma reunião de dois dias que foi adiada devido à eleição.

Em geral, os mercados estão precificando uma redução de um quarto de ponto no custo dos empréstimos na taxa de referência dos fundos do Fed, que atualmente está em uma faixa de 4,75% a 5%. Em setembro, o Fed reduziu as taxas em 50 pontos-base, em uma tentativa de dar suporte à demanda de mão de obra em um momento de diminuição das pressões inflacionárias.

Os investidores estarão ansiosos para saber se o presidente do Fed, Jerome Powell, fará comentários sobre o caminho a ser seguido pelas taxas este ano. Os contratos futuros vinculados à taxa de juros do Fed também estão prevendo uma redução adicional em dezembro, embora essas apostas tenham sido um pouco prejudicadas após a vitória de Trump.

Após a votação, os investidores agora estão apostando que o Fed fará apenas mais dois cortes no próximo ano, reduzindo as taxas para uma faixa de 3,75% a 4%. Nesse caso, seria o fim do tão esperado ciclo de corte de taxas do Fed, cerca de um ano antes do previsto inicialmente e um ponto percentual acima das projeções de muitos formuladores de políticas.

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

2. Harris cede a Trump

A rival de Trump no Partido Democrata, Kamala Harris, concedeu formalmente a vitória na quarta-feira, mas pediu a seus apoiadores que continuem "lutando" pelas questões centrais de sua campanha, como o estado de direito e as normas democráticas.

Harris disse a uma multidão em um discurso em Washington, DC, que eles "devem aceitar os resultados da eleição", acrescentando que ela ajudaria a garantir uma "transferência pacífica de poder". Harris disse que havia falado ao telefone com Trump para parabenizá-lo.

Os comentários, que contrastaram com a decisão de Trump de nunca aceitar o resultado da votação de 2020, puseram fim a uma campanha amarga na qual Harris acusou seu oponente de representar uma ameaça à democracia dos EUA.

A campanha de Trump, por sua vez, disse que os dois haviam concordado sobre a "importância de unificar o país".

ACOMPANHE: Calendário da temporada de balanços

3. Exportações chinesas aumentam em outubro

A balança comercial da China cresceu mais do que o esperado em outubro, já que o crescimento das exportações superou as expectativas devido à forte demanda externa e à produção local no mês anterior à eleição dos EUA, enquanto as importações diminuíram.

A balança comercial do país cresceu para US$ 95,27 bilhões em outubro, segundo dados divulgados na quinta-feira. A leitura foi superior às expectativas de um superávit de US$ 73,5 bilhões e aumentou em relação aos US$ 81,71 bilhões de setembro.

O valor foi impulsionado principalmente por um aumento substancial nas exportações, que cresceram 12,7% em relação ao ano anterior em outubro. O aumento foi muito maior do que as expectativas de crescimento de 5% e aumentou acentuadamente em relação aos 2,4% registrados no mês anterior.

VEJA: Cotações das commodities

4. Petróleo cai

Os preços do petróleo caíram um pouco na quinta-feira, com os investidores digerindo as ramificações de uma presidência de Donald Trump e avaliando as esperanças de mais estímulos do principal importador, a China.

Às 7h51, o contrato Brent caiu 0,77%, para US$74,34 por barril, enquanto os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) foram negociados 0,55% mais baixos, a US$71,14 por barril.

Os índices de referência do petróleo se enfraqueceram durante a sessão anterior, pressionados por um aumento do dólar, bem como por um aumento maior do que o esperado nos estoques dos EUA.

No entanto, os investidores agora estão começando a considerar o potencial de uma presidência de Trump, que pressiona o fornecimento de petróleo do Irã e da Venezuela, enquanto suas políticas tendem a ser pró-negócios, o que provavelmente apoia o crescimento econômico geral e aumenta a demanda por combustível.

Além disso, é amplamente esperado que o Congresso Nacional do Povo da China trace planos para mais gastos fiscais nos próximos meses para impulsionar o crescimento econômico.

5. BC eleva juros no Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, em meio ponto percentual, passando de 10,75% para 11,25% ao ano, em decisão unânime. A penúltima decisão do ano, a primeira desde a aprovação de Gabriel Galípolo para comandar a autarquia, foi de aceleração no ritmo do aperto, tendo em vista que na reunião anterior, o colegiado optou por um aumento menor, em 0,25 ponto percentual.

O colegiado não deu forward guidance. “Estará dependente dos dados, em especial os de inflação, atividade econômica e mercado de trabalho no Brasil, as sinalizações do Fed, nos Estados Unidos e ao pacote de ajustes fiscais, que deve ser divulgado essa semana”, destaca Monica Araújo, estrategista de renda variável da InvestSmart XP (BVMF:XPBR31).

A perspectiva é de continuidade do ciclo de aperto monetário, afirma o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani. “Dado o cenário global e as incertezas fiscais locais, é possível que o BC continue subindo juros em um ritmo de 0,5 p.p. nas reuniões de dezembro e janeiro, encerrando o ciclo com uma alta de 0,25 p.p. em março de 2025”, aponta, indicando cortes de juros a partir do segundo semestre do ano que vem.

Às 7h53 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,11% no pré-mercado.

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