Fique por dentro das principais notícias do mercado desta segunda-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 13.10.2025, 08:12
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas dos Estados Unidos avançavam nesta segunda-feira, graças a declarações do presidente Donald Trump no fim de semana, que ajudaram a conter parte das preocupações com uma nova escalada nas tensões comerciais entre Washington e Pequim. Trump, que havia ameaçado impor tarifas elevadas à China, afirmou não estar buscando “prejudicar” o país asiático.

As exportações chinesas superaram as estimativas em setembro, embora a disputa comercial continue pesando sobre as perspectivas econômicas globais.

Em meio à busca dos investidores por segurança, o ouro atingiu novo recorde histórico, enquanto o petróleo também se recuperou.

No Brasil, os investidores acompanham de perto novas projeções para os principais indicadores econômicos do país, no boletim Focus, do banco central.

1. Futuros se recuperam em Nova York

Os principais índices futuros em Wall Street operavam em alta nesta manhã, refletindo um tom mais conciliador do presidente Trump após ele ter sinalizado a possibilidade de tarifas adicionais sobre produtos chineses.

Às 7h19 de Brasília, o Dow futuro subia 468 pontos, ou 1,0%, o S&P 500 avançava 96 pontos, ou 1,5%, e o Nasdaq 100 ganhava 472 pontos, ou 1,9%.

Na sexta-feira, as bolsas haviam recuado de forma expressiva, pressionadas pelas declarações de Trump nas redes sociais que reacenderam temores de uma guerra comercial prolongada entre as duas maiores economias do mundo. Após o anúncio de Pequim sobre controles de exportação de materiais de terras raras — insumos críticos para diversos setores industriais —, o presidente norte-americano disse considerar tarifas adicionais de 100% sobre importações chinesas.

Ele também mencionou possíveis restrições dos EUA a “qualquer software crítico” a partir de 1º de novembro e indicou que não via motivos para se reunir com o líder chinês Xi Jinping na cúpula prevista para este mês na Coreia do Sul, embora o encontro ainda não tenha sido formalmente cancelado.

As declarações reacenderam o receio de que uma nova rodada de tarifas possa interromper o breve período de trégua comercial alcançado no início do ano.

2. Trump afirma que EUA não querem “prejudicar” a China

No fim de semana, Trump adotou um discurso mais ameno, dizendo que “tudo ficará bem” e que Washington não pretende “prejudicar” a China.

Pequim, por sua vez, justificou suas restrições à exportação de elementos de terras raras e equipamentos como uma resposta necessária às medidas norte-americanas, mas evitou anunciar tarifas adicionais sobre produtos dos EUA.

Analistas da Capital Economics avaliaram que “essa disputa ainda pode se dissipar se prevalecer o bom senso”, ressaltando que a reunião prevista entre Trump e Xi poderia oferecer “uma saída diplomática”.

Eles também advertiram que “há risco de que ambos os lados mantenham suas posições, aguardando que o outro ceda primeiro”. Embora a economia chinesa tenha mostrado resiliência maior do que o esperado às tarifas impostas pelos EUA, os analistas observam que um rompimento mais profundo nas relações comerciais ainda poderia provocar danos relevantes.

No domingo, o representante de Comércio dos EUA informou que Washington tentou retomar o diálogo com Pequim após o anúncio chinês sobre as terras raras, mas a ligação foi adiada. O governo chinês reagiu acusando os EUA de “padrões duplos”, citando as sanções contra empresas chinesas e novas taxas portuárias impostas a embarcações ligadas ao país.

3. Exportações da china superam projeções

As exportações chinesas cresceram acima das expectativas em setembro, embora as tensões renovadas com os EUA continuem ofuscando o panorama para o emprego e a inflação na segunda maior economia do mundo.

De acordo com dados oficiais da alfândega, as vendas externas da China avançaram 8,3% em base anual, superando a projeção de 6,0% e o aumento de 4,4% observado em agosto.

Analistas do ING destacaram que “essa resiliência demonstra que a China tem fortalecido suas relações comerciais com outros mercados, mesmo diante do protecionismo americano”.

Pequim vem diversificando seus destinos de exportação para reduzir a dependência dos EUA e, até o momento, segue no caminho de cumprir sua meta de crescimento anual de 5%. Ainda assim, essa estratégia pode ser colocada à prova caso Trump leve adiante a proposta de tarifas de três dígitos.

4. Ouro renova recorde; petróleo volta a subir

O ouro alcançou nova máxima histórica nesta segunda-feira, aproximando-se de US$ 4.100 por onça, em meio ao aumento da demanda por ativos considerados porto seguro diante da incerteza comercial entre EUA e China.

Às 6h53 (horário de Brasília), o ouro à vista avançava 1,3%, cotado a US$ 4.070,29 por onça, após atingir um pico de US$ 4.078,05 mais cedo. Os contratos futuros nos EUA subiam 1,6%, a US$ 4.089,45 por onça. A prata também registrava novo recorde, acompanhando a valorização dos metais preciosos.

O avanço do ouro seguiu-se à intensificação das tensões na sexta-feira, que abalou os mercados globais e levou investidores a buscar proteção em ativos defensivos. O metal é tradicionalmente visto como reserva de valor em períodos de instabilidade econômica ou política.

Apesar do tom mais conciliador de Trump ter aliviado parte das preocupações, o mercado segue em compasso de espera quanto às próximas decisões da Casa Branca.

Os preços do petróleo também se recuperaram após a forte queda da sessão anterior, refletindo a expectativa de que as tensões comerciais possam diminuir. Às 7h47 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo Brent avançavam 1,6%, para US$ 63,72 por barril, enquanto os do West Texas Intermediate (WTI) subiam 1,6%, a US$ 59,83.

Na sexta-feira, ambos haviam recuado cerca de 4%, atingindo os níveis mais baixos desde maio. As negociações do WTI serão liquidadas apenas na terça-feira devido ao feriado nos Estados Unidos.

Analistas acrescentaram que o cessar-fogo ainda frágil em Gaza também influenciou os preços do petróleo, com a trégua reduzindo o risco de interrupções de fornecimento no Oriente Médio. Segundo a imprensa local, o Hamas libertou um primeiro grupo de reféns israelenses como parte de um acordo mediado pelos EUA que visa encerrar anos de conflito na região.

5. Novas projeções econômicas no Brasil

Na agenda de hoje, os investidores monitoram novas projeções para os principais indicadores da nossa economia, com a divulgação do boletim Focus, pesquisa semanal do banco central com agentes do mercado.

No relatório da semana passada, foi registrado um leve recuo na projeção de inflação para 2025, de 4,81% para 4,80%, enquanto as estimativas para 2026, 2027 e 2028 permaneceram em 4,28%, 3,90% e 3,70%. O câmbio foi ajustado de R$ 5,48 para R$ 5,45 por dólar, e o PIB segue com previsão de alta de 2,16% neste ano, desacelerando para 1,80% em 2026. A taxa Selic foi mantida em 15% para 2025, com expectativa de redução gradual até 10% em 2028.

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