Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Wall Street deve abrir em alta na sexta-feira, antes da divulgação do indicador de inflação preferido do Fed, o PCE. No cenário corporativo, a Intel está analisando opções de reestruturação, enquanto a Dell impressionou com seus resultados e previsões trimestrais. No Brasil, governo deve enviar projeto do Orçamento de 2025 ao Congresso nesta sexta.
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1. O índice de preços PCE em foco
O foco principal dos investidores continua sendo o ritmo e a escala dos cortes nas taxas de juros do Fed este ano, e há mais dados importantes sobre a inflação a serem divulgados.
A expectativa consensual é de que o Índice de preços das despesas de consumo pessoal, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve, mostre que a inflação aumentou ligeiramente em julho. Espera-se que o índice aumente 0,2% no mês em julho, um ganho anual de 2,6%, um pouco acima dos 2,5% registrados no mês anterior.
Em seu discurso no simpósio anual do Fed em Jackson Hole, na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu o recente progresso da inflação e disse que "chegou a hora de ajustar a política". Essa declaração foi considerada pelos mercados como praticamente uma garantia de corte nas taxas na reunião de política monetária do próximo mês, o que seria o primeiro corte desse tipo em mais de quatro anos.
No entanto, uma economia relativamente forte, com o produto interno bruto do segundo trimestre revisado ligeiramente para cima no início desta semana, e uma inflação estável dariam ao Fed menos ímpeto para cortar as taxas de juros de forma acentuada.
Os futuros das ações dos EUA subiram na sexta-feira, encerrando uma semana volátil com uma nota positiva, antes da divulgação de um relatório importante sobre a inflação.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros estava 0,26% mais alto, o S&P 500 futuros subiu 0,54%, e o Nasdaq 100 futuros subiu 0,85%.
Todas as atenções estão voltadas para a divulgação, no final da sessão, do indicador de inflação favorito do Federal Reserve [veja acima], antes de sua próxima reunião de política monetária em setembro.
No último dia de negociação de agosto, o índice de base ampla S&P 500 index está no ritmo de um ganho de quase 1,3% durante o mês, enquanto o Dow Jones Industrial Average está no caminho certo para adicionar 1,2%. O Nasdaq Composto é o único perdedor das três principais médias, com queda de quase 0,5% este mês.
No setor corporativo, a Dell (NYSE:DELL) deve ganhar cerca de 3% no pré-mercado, após elevar suas previsões anuais [veja abaixo]. Em outras partes do mundo, em negociações estendidas, as ações da Ulta Beauty (NASDAQ:ULTA) caíram cerca de 7% no pré-mercado, depois de cortar suas previsões anuais de vendas e lucros, prejudicadas pela desaceleração da demanda por cosméticos e fragrâncias de preços mais altos em suas lojas.
As ações da varejista de vestuário esportivo Lululemon Athletica (NASDAQ:LULU) subiram 4% no pré-mercado, com ganhos melhores do que os esperados, mesmo tendo cortado suas previsões anuais de vendas e lucros, já que a demanda desacelerou na América do Norte em meio a gastos seletivos dos consumidores.
VEJA: Cotações das ações americanas no pré-mercado
2. Intel discute opções de reestruturação - Bloomberg
A Intel (NASDAQ:INTC) está considerando separar seu negócio de fundição e descartar os planos de novas fábricas, à medida que a fabricante de chips tenta resistir a uma forte desaceleração, de acordo com um relatório da Bloomberg.
A fabricante de chips está em negociações com banqueiros de investimento sobre possíveis opções, informou a Bloomberg, citando pessoas com conhecimento do assunto.
A Intel, que já foi a maior fabricante de chips do mundo, tem enfrentado dificuldades ultimamente em meio ao aumento da concorrência de rivais como a Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) e a Nvidia (NASDAQ:NVDA), bem como a TSMC de Taiwan. No início de agosto, a Intel suspendeu seus dividendos e reduziu cerca de 15% de sua força de trabalho.
O relatório da Bloomberg mostrou que a Intel estava agora considerando separar seus negócios de design de produto e fundição, além de descartar planos de expansão, já que busca simplificar suas operações.
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3. Dell aumenta suas previsões anuais
A Dell Technologies (NYSE:DELL) elevou suas previsões anuais de receita e lucro, impulsionada pela demanda por seus servidores otimizados para IA, fazendo com que suas ações subissem nas negociações pré-mercado.
A gigante da tecnologia disse na quinta-feira que agora espera que a perspectiva de receita anual fique entre US$ 95.5 bilhões e US$ 98.5 bilhões, acima dos US $ 93.5 bilhões e US$ 97.5 bilhões anteriores. Ela também aumentou sua previsão de lucro anual ajustado por ação para US$7,80, mais ou menos 25 centavos.
A demanda por seus servidores otimizados para IA aumentou cerca de 23% sequencialmente para US$3,2 bilhões no segundo trimestre.
A receita do segundo trimestre, encerrado em 2 de agosto, aumentou cerca de 9%, para US$ 25,03 bilhões, superando a estimativa média de US$ 24,14 bilhões, de acordo com dados da LSEG. A empresa divulgou um lucro ajustado por ação de US$ 1,89 por ação, em comparação com as estimativas de US$1,71 por ação.
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4. O petróleo é ajudado pelas preocupações com o fornecimento da Líbia
Os preços do petróleo subiram na sexta-feira, impulsionados pelas preocupações com o fornecimento contínuo na Líbia, embora os sinais de enfraquecimento da demanda tenham limitado os ganhos.
Às 8h, os futuros do petróleo dos EUA (WTI) ganharam 0,28%, para US$ 76,12 por barril, enquanto o contrato Brent subiu 0,30%, para US$ 79,06 por barril.
Ambos os índices de referência estão em curso para ganhos de mais de 1%, com mais da metade da produção de petróleo da Líbia, ou cerca de 700.000 barris por dia, fora de linha e exportações interrompidas em vários portos, após conflitos políticos no país.
No entanto, os índices de referência ainda devem cair cerca de 2% em agosto, sua segunda queda mensal consecutiva, em meio a preocupações persistentes de que a desaceleração do crescimento nos EUA e na China prejudicará a demanda nos próximos meses.
As fracas impressões econômicas da China mantiveram os temores de uma desaceleração no maior importador de petróleo do mundo, enquanto existem preocupações de que a demanda esfriará nos EUA com o fim da temporada de verão, que é muito movimentada.
5. Orçamento de 2025
O Ministério do Planejamento deve enviar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 pelo ao Congresso Nacional nesta sexta-feira, 30. Investidores estão atentos ao cenário fiscal e às medidas do governo para viabilizar o cumprimento do novo arcabouço fiscal. Após o envio pela noite, o governo deve detalhar os principais destaques, com coletiva de imprensa sobre o tema marcada para a próxima segunda, segundo o Valor.
O PLOA contempla projeção de arrecadação e despesas dos ministérios, além do valor do salário-mínimo previsto para o próximo ano. Ainda, indica perspectiva para o crescimento da economia medida pelo Produto Interno Bruto (PIB).
A expectativa é de que o projeto de lei do Orçamento indique elevação de impostos como a CSLL (Contribuição Social sobre Lucros e Dividendos) e do JCP (Juros sobre Capital Próprio), conforme a Folha de São Paulo.
O governo estima um corte de despesas em torno de R$ 25,9 bilhões para o próximo ano, com destaque para um pente-fino em benefícios. No entanto, economistas argumentam que as medidas podem não ser o suficiente para viabilizar o equilíbrio das contas públicas.
Às 8h (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,80% no pré-mercado.