Fique por dentro das principais notícias do mercado desta sexta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 02.05.2025, 08:26
© Reuters

Investing.com — Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam em alta nesta sexta-feira, refletindo sinais de possível distensão entre China e Estados Unidos, o que pode abrir caminho para negociações que visem resolver a atual disputa comercial.

O mercado também volta suas atenções para a divulgação dos dados oficiais de criação de empregos urbanos (“payroll”), além da proposta orçamentária da Casa Branca e dos balanços de Apple (NASDAQ:AAPL) e Amazon (NASDAQ:AMZN).

No Brasil, os investidores analisarão os dados do setor industrial, segundo a pesquisa com gerentes de compras (PMI) da S&P Global.

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1. Payroll e incerteza econômica dominam o foco do dia

A divulgação do relatório de emprego do Departamento do Trabalho marca o encerramento de uma semana intensa para os dados econômicos. A expectativa é de desaceleração na geração de vagas, refletindo o ambiente de instabilidade provocado pelas políticas comerciais do governo Trump.

Projeções apontam para um acréscimo de 138 mil postos de trabalho em abril, contra os 228 mil criados em março. A taxa de desemprego deve ter se mantido em 4,2%. Já o ganho médio por hora trabalhada deve repetir a variação de 0,3%, elevando o crescimento anual para 3,9%, ante os 3,8% do mês anterior.

Apesar da manutenção de um certo vigor no mercado de trabalho, com empresas relutantes em dispensar profissionais após as dificuldades de contratação no pós-pandemia, indícios de fragilidade começam a surgir.

Os números de hoje oferecem uma leitura atualizada, ainda que retroativa, das incertezas que pairam sobre a economia norte-americana, após o PIB do primeiro trimestre ter registrado contração inesperada.

2. Futuros avançam com possível retomada do diálogo EUA-China

Os contratos futuros dos principais índices acionários dos EUA operam em terreno positivo nesta manhã, embalados por notícias de que a China estaria disposta a considerar conversas comerciais com Washington.

Às 8h15 de Brasília, o S&P 500 futuro subia 0,40% (22 pontos), o Nasdaq 100 avançava 0,25% (50 pontos), enquanto o Dow Jones ganhava 176 pontos, ou 0,43%.

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

Na véspera, os índices de Wall Street iniciaram o mês em alta, apoiados pelos resultados sólidos de Microsoft e Meta Platforms (NASDAQ:MSFT, META). As três principais referências caminham para a segunda semana consecutiva de valorização: o S&P 500 acumula alta de 1,4%, o Dow Jones Industrial Average avança 1,6% e o Nasdaq Composto sobe 1,9%.

O ministério do comércio chinês afirmou que recebeu sinais de Washington indicando interesse em reabrir o diálogo. Pequim, contudo, condiciona qualquer negociação à demonstração de boa-fé e à suspensão de tarifas unilaterais. Atualmente, produtos chineses enfrentam tarifas que somam 145%, ao passo que Pequim impôs retaliações de até 125% sobre mercadorias dos EUA.

Apesar do tom construtivo, Trump encerrou nesta sexta o regime de isenção fiscal para encomendas de baixo valor originadas da China e de Hong Kong, reativando medida previamente adotada em fevereiro. Isso indica que um eventual acordo ainda exigirá tratativas complexas e prolongadas.

No front corporativo, aproximadamente dois terços das empresas do S&P 500 já divulgaram seus balanços, com 76% superando as expectativas, segundo a FactSet.

O presidente Donald Trump também deve encaminhar hoje ao Congresso sua proposta de orçamento para o ano fiscal de 2026, que começa em 1º de outubro. O documento traz previsões econômicas e recomendações detalhadas para os gastos de cada órgão do governo federal.

Segundo o Wall Street Journal, o plano prevê corte de US$ 160 bilhões em despesas discricionárias fora da área de defesa, afetando programas ambientais, energia renovável, educação e ajuda internacional, enquanto propõe reforço em segurança de fronteiras e gastos militares.

As reduções fazem parte da agenda do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (Doge), liderado por Elon Musk, que visa gerar economia de US$ 150 bilhões já no próximo exercício e de até US$ 1 trilhão ao longo do tempo.

Apesar da vantagem numérica dos republicanos nas duas casas legislativas, a proposta deve enfrentar resistência expressiva, sinalizando meses de intensas negociações sobre prioridades orçamentárias.

3. Apple e Amazon frustram investidores apesar de bons resultados

Os resultados trimestrais das gigantes da tecnologia continuaram após o fechamento do mercado na quarta-feira e, embora tanto a Apple (NASDAQ:AAPL) quanto a Amazon (NASDAQ:AMZN) tenham superado as expectativas, suas projeções cautelosas frustraram os investidores.

A Apple apresentou números robustos, mas anunciou a redução de seu programa de recompra de ações em US$ 10 bilhões. Segundo o CEO Tim Cook, as tarifas podem adicionar US$ 900 milhões em custos ao resultado do trimestre atual. Ele também mencionou mudanças na cadeia produtiva visando reduzir os impactos da disputa comercial em curso.

“Esperávamos recompras mais agressivas. Isso sugere que Tim Cook está preservando caixa diante de incertezas crescentes”, avaliou Thomas Monteiro, analista sênior da Investing.com.

A Amazon, por sua vez, reportou crescimento de 16,9% na receita da divisão de computação em nuvem, alcançando US$ 29,27 bilhões, o menor ritmo de expansão em cinco trimestres. A empresa também projetou lucro operacional abaixo das estimativas.

A rival Microsoft, por outro lado, superou as projeções com os resultados de sua plataforma Azure.

As ações de ambas recuaram no pré-mercado, ofuscando o otimismo gerado pelo desempenho da Microsoft e da Meta na véspera, que havia levado diversas ações de tecnologia, especialmente aquelas expostas à inteligência artificial, a fortes ganhos.

VEJA TAMBÉM: Calendário de Balanços do Investing.com

4. Petróleo recua e deve encerrar semana no vermelho

As cotações do petróleo registram ligeira baixa nesta sexta-feira, encerrando uma semana volátil, diante das expectativas de retomada das negociações entre EUA e China.

No momento da redação, o barril do Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), recuava 0,08%, a US$ 62,08, enquanto o do WTI, referência nos EUA, era negociado a US$ 59,20, baixa de 0,05%.

O ministério do comércio da China reforçou nesta sexta-feira que está avaliando propostas dos EUA para reabrir o diálogo, mas reiterou que espera gestos concretos, como a eliminação das tarifas impostas de forma unilateral.

As declarações seguem-se a informações da mídia estatal de que autoridades norte-americanas teriam feito contatos preliminares em busca de reaproximação.

Apesar do alívio pontual, os contratos do Brent e do WTI caminham para perdas superiores a 5% na semana, refletindo temores de que o prolongamento da disputa comercial possa desacelerar a economia global e afetar a demanda por petróleo, justamente quando a Opep+ se prepara para elevar a oferta.

5. PMI Industrial no Brasil

Na agenda de hoje, a S&P Global divulgará pela manhã sua pesquisa mensal com gerentes de compras (PMI) no setor industrial brasileiro para o mês de abril.

O último relatório mostrou que a atividade industrial brasileira perdeu tração em março, com o PMI recuando de 53 para 51,8, embora permanecendo em território expansionista pelo 15º mês consecutivo.

A produção cresceu pela sexta vez em sete meses, sustentada por demanda interna favorável, mas as novas encomendas e o emprego avançaram em ritmo mais moderado. Analistas apontaram que o setor mostrou resiliência frente a incertezas econômicas e custos elevados, mantendo expectativas positivas, ainda que mais contidas, para o ano.

A inflação de insumos arrefeceu ao menor nível de 2025, apesar de pressões cambiais e de fornecedores, enquanto os repasses aos preços finais foram os mais suaves desde maio de 2024.

(Com Reuters)

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