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Investing.com – Os índices futuros das bolsas dos Estados Unidos avançavam de forma moderada nesta sexta-feira, com Wall Street se encaminhando para encerrar a semana no campo positivo, apoiada por resultados corporativos consistentes e pela expectativa de novos entendimentos comerciais antes do prazo de agosto definido pelo governo Trump.
O petróleo também registra valorização, enquanto a Intel (NASDAQ:INTC) apresentou projeções mais fracas em meio a um plano de cortes expressivos de despesas.
No Brasil, os investidores seguem acompanhando as negociações comerciais entre EUA e Brasil, dividindo suas atenções com novos dados econômicos.
1. Acordos comerciais ainda em foco
As tratativas comerciais seguem como destaque ao fim de uma semana marcada pela assinatura de novos pactos entre os EUA e Japão, Indonésia e Filipinas, complementando os entendimentos já anunciados com o Reino Unido e a China.
Na quinta-feira, um porta-voz da Comissão Europeia afirmou que um acordo entre Estados Unidos e União Europeia envolvendo tarifas está “ao alcance” antes de 1º de agosto, data em que o presidente Trump ameaçou adotar uma tarifa ampla de 30% sobre produtos europeus.
Segundo a Reuters, esse eventual acerto deve resultar na aplicação de uma alíquota média de 15% sobre bens europeus exportados para os EUA, de acordo com diplomatas próximos ao tema.
Além disso, está previsto para a próxima semana o início de uma nova rodada de conversas comerciais entre Washington e Pequim, conforme divulgado pelo Wall Street Journal, com Trump buscando obter mais concessões econômicas da China.
Após os entendimentos de maio e junho, que levaram à redução mútua de tarifas e à assinatura de um acordo de caráter estrutural, as duas potências agora procuram um tratado mais amplo. Ainda assim, permanecem em vigor tarifas norte-americanas que variam de 30% a 50% sobre mercadorias chinesas.
2. Futuros dos EUA avançam com balanços corporativos
Os futuros das bolsas norte-americanas avançaram levemente nesta sexta-feira, com a trajetória da semana sendo apoiada por uma temporada de balanços majoritariamente favorável.
Às 7 h de Brasília, o contrato futuro do S&P 500 tinha alta de 45 pontos, ou 0,1%, enquanto o Nasdaq 100 subia 10 pontos, também 0,1%, e o Dow Jones futuros ganhava 20 pontos, alta de 0,1%.
Todos os índices de referência de Wall Street caminham para fechar a semana com variações positivas. O Dow Jones Industrial Average projeta um avanço de quase 1% no período, movimento semelhante ao do NASDAQ Composite, mais concentrado em tecnologia, enquanto o S&P 500 acumula até agora cerca de 1,1% de valorização.
Até agora, 83% das 155 empresas do S&P 500 que divulgaram seus resultados superaram as estimativas, impulsionando o S&P e o Nasdaq a novos recordes intradiários e de fechamento na quinta-feira.
O recente fluxo de acordos comerciais dos EUA com outros países também deu suporte aos mercados, que agora acompanham qualquer novidade antes do prazo de tarifas definido para 1º de agosto pelo governo Trump.
Nesta sexta-feira, o mercado ainda avalia balanços de companhias como HCA Holdings (NYSE:HCA) e Charter Communications (NASDAQ:CHTR), além dos números de junho de encomendas de bens duráveis, tudo isso na véspera da reunião do Federal Reserve programada para a próxima semana.
3. Trump e Powell voltam a divergir, agora sobre custos
Na quinta-feira, o presidente dos EUA e Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, voltaram a divergir, desta vez a respeito dos custos da reforma da sede do banco central em Washington.
Durante a visita, Trump destacou o aumento no orçamento da obra, que passou de US$ 2,7 bilhões para cerca de US$ 3,1 bilhões, valor que foi contestado por Powell.
Apesar das críticas, Trump deu sinais de recuo em relação a qualquer movimento para afastar Powell do cargo.
“Fazer isso seria uma grande mudança e eu não considero necessário”, declarou Trump após a visita, em tom mais moderado em relação a ataques recentes que foram interpretados como ameaça à autonomia do banco central.
Ainda assim, reiterou diversas vezes o desejo por juros mais baixos, apontando que a pausa nos cortes de taxas feita pelo Federal Reserve ocorre em um contexto de incerteza quanto aos impactos inflacionários das políticas comerciais da Casa Branca.
4. Petróleo sobe com expectativa de avanços comerciais
As cotações do petróleo operam em alta nesta sexta-feira, estendendo os ganhos expressivos da sessão anterior, apoiadas pelas expectativas de novos acordos comerciais dos Estados Unidos antes do prazo definido por Trump.
No momento da redação, os futuros do Brent avançavam 0,9%, para US$ 69,78 por barril, enquanto o contrato do petróleo bruto WTI (West Texas Intermediate) negociado em Nova York também subia 0,9%, a US$ 66,61 por barril.
Na véspera, ambos os contratos haviam avançado mais de 1% após dados mostrarem uma redução acentuada nos estoques de petróleo bruto nos EUA.
A perspectiva de novos entendimentos comerciais antes de 1º de agosto continua oferecendo suporte às cotações, fortalecida após a divulgação do acordo entre Estados Unidos e Japão e com sinais de avanço em um eventual pacto com a União Europeia.
A redução de tensões no comércio global tende a favorecer a atividade econômica e o fluxo de bens, elevando a demanda por petróleo e aumentando o uso de energia tanto no transporte quanto na produção industrial.
5. Dados econômicos e negociações comerciais EUA-Brasil
O destaque do calendário econômico de hoje no mercado local é a divulgação do IPCA-15 de julho, indicador considerado como a “prévia” da inflação oficial do mês.
No último relatório, referente a junho, o índice desacelerou para 0,26%, após alta de 0,36% em maio, levando o acumulado em 12 meses para 5,27%, ligeiramente abaixo das projeções de mercado.
Já no último boletim Focus, pesquisa semanal do banco central com agentes do mercado, a previsão foi que o IPCA encerre 2025 com alta de 5,10%, contra 5,17% no levantamento anterior.
No cenário político, os investidores seguem atentos às negociações entre Estados Unidos e Brasil, após os norte-americanos demonstrarem interesse em minerais críticos e estratégicos do nosso país, como nióbio, lítio, cobalto, grafite, cobre, urânio e terras-raras, fundamentais para setores como tecnologia e defesa.
Na reunião em que o tema foi discutido em Brasília, o encarregado de negócios norte-americano, Gabriel Escobar, discutiu a possibilidade de uma missão de mineradoras brasileiras aos EUA ainda neste ano.
O movimento ocorre em meio à tensão comercial entre os dois países, diante da possibilidade de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA a partir de 1º de agosto, levando o vice-presidente Geraldo Alckmin a afirmar que existe uma pauta ampla no setor que pode ser explorada.
Na agenda de hoje, os investidores também avaliarão dados de confiança do consumidor de julho, pela Fundação Getulio Vargas, além de números sobre o setor externo brasileiro.