Investing.com – Apesar de a inflação ter recuado nos últimos meses, alguns já consideram que a guerra contra a alta dos preços está vencida. Outros pedem cautela, entretanto, alertando que o retorno à normalidade ainda demorará um bom tempo.
Essa é, em particular, a visão defendida por Mohamed El-Erian, economista-chefe da Allianz (ETR:ALVG), em uma entrevista concedida ontem à Bloomberg.
O economista chamou a atenção para as projeções econômicas mais otimistas de Wall Street, com a do Goldman Sachs (NYSE:GS), prevendo uma forte desinflação e riscos de recessão limitados em 2024, mas ele se mostra mais moderado.
“Eu acho que teremos mais desinflação nos números globais, e que será uma desinflação bastante forte. Eu não concordo com eles sobre a ideia de que a inflação básica vai atingir 2%. Acredito que o núcleo dos índices nos próximos dois anos estará mais próximo de 3%… Temos problemas reais do lado da oferta que vão se manifestar ao longo de vários anos”, afirmou.
Ele mencionou ainda vários fatores que podem manter os preços em um nível alto a longo prazo, como a formação de “rachaduras” na economia mundial, as persistentes perturbações na cadeia de abastecimento devido à pandemia e a transição das empresas para energias verdes.
“Tudo isso é inflacionário. Isso não vai desaparecer tão cedo”, complementou.
Por fim, vale notar que o próximo índice de inflação dos EUA está previsto para terça-feira, com destaque para o IPC, que deve permanecer estável em 4,1% para o núcleo, segundo o consenso.