Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) - O Brasil, maior produtor mundial de café, deve ter uma safra robusta em 2023/24 (julho-junho), mas o aumento será modesto e longe de um recorde de produção que alguns analistas têm esperado, disse a empresa de inteligência de commodities Taka Insights nesta quarta-feira.
A empresa, que produz modelos diários de previsão de safra usando sensoriamento remoto e dados de estações meteorológicas, projetou a produção de café arábica 2023/24 (julho-junho) do Brasil em 40,68 milhões de sacas de 60 kg, um pequeno aumento em relação à safra 2022/23 vista em 38,48 milhões de sacas que estão sendo colhidas atualmente.
"Isso pode parecer surpreendente para alguns, que antecipavam uma recuperação muito maior devido a alguns meses de chuvas bem acima da média, mas o NDVI mostra claramente o déficit extremo de umidade no início do ciclo de crescimento vegetativo", disse a empresa em nota enviada à Reuters.
O índice de vegetação (NDVI, na sigla em inglês) é considerado uma forma eficiente para prever a produção.
A analista de commodities softs Judith Ganes, cofundadora do programa de café Taka Insights, disse que a coleta de dados agora cobre cerca de 75% da área de arábica no Brasil com monitoramento diário.
Ela disse que as árvores de arábica no Brasil ainda estão se recuperando de uma seca e geadas severas em 2021, portanto, não conseguem produzir uma grande safra, como a produção recorde vista no ciclo 2020/21.
O café arábica responde por cerca de dois terços da produção total, com o restante vindo de árvores de café robusta.
A Taka Insights ainda está trabalhando no mapeamento da participação do robusta na produção brasileira de café.