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Buffett vê melhora econômica nos EUA, mas alerta para endividamento

Publicado 19.08.2009, 14:19
NYT
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Nova York, 19 ago (EFE).- O investidor americano Warren Buffett considera que a economia dos Estados Unidos melhorou e parece estar a caminho de uma recuperação, mas adverte, em artigo publicado hoje pelo jornal "The New York Times", sobre as consequências de um crescente endividamento.

"A economia dos Estados Unidos está agora fora da sala de emergência e parece estar em um caminho lento para a recuperação", afirma no texto.

Buffett, considerado pela revista "Forbes" o segundo homem mais rico do mundo, atrás apenas de Bill Gates, acrescenta, no entanto, que continuam sendo administradas "enormes doses de medicamento monetário" e que dentro de pouco tempo este país terá que enfrentar os "efeitos colaterais" disso.

"Por enquanto, a maioria desses efeitos é invisívil e pode inclusive permanecer latente por um longo tempo. Mesmo assim, sua ameaça pode ser tão sinistra quanto a que representava a própria crise financeira", escreve Buffett, diretor-executivo do grupo de investimento Berkshire Hathaway.

O investidor lembra que o sistema financeiro americano esteve no segundo semestre do ano passado a ponto de um colapso, que ameaçava levar a uma depressão, e indica que isso requeria do Governo "sabedoria, coragem e decisão".

"Por sorte, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) e funcionários-chave nas administrações de Bush e Obama responderam de forma mais do que apta ao que se requeria", afirma Buffett, que acrescenta que também "cometeram erros", apesar de considerar que não poderia ter sido de outra forma, devido à magnitude da crise.

Sobre o progressivo endividamento deste país, indica que o déficit público chegará neste ano fiscal a cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a cerca de US$ 1,8 trilhão, e que, no âmbito fiscal, "estamos em um território inexplorado".

"Devido a esse gigantesco déficit, a dívida líquida de nosso país está crescendo vertiginosamente", diz o investidor, que calcula que, neste ano fiscal, aumentará mais de 1 ponto percentual por mês e ficará em torno de 56% do PIB.

Buffett enfatiza que "não há nada ruim ou destrutivo" em um aumento do endividamento que seja proporcional a um aumento da receita dos ativos, e confia na capacidade dos Estados Unidos de suportar esse nível de dívida.

"Nosso problema imediato" é levantar de novo a economia e que o país prospere, sustenta, mas acrescenta que, uma vez que se consiga a recuperação, "o Congresso deve pôr fim ao aumento da taxa de endividamento em relação ao PIB e manter o crescimento" das obrigações dos EUA alinhado ao aumento de seus recursos. EFE

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