Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - O real teve uma diminuição na volatilidade curta nas últimas semanas, em linha com o que ocorreu com o VIX, segundo comparação do banco BTG (BVMF:BPAC11), que aponta um aumento da correlação entre moedas emergentes e exportadoras com a brasileira. No entanto, o real sofreu uma depreciação, com dólar chegando a alcançar R$5,40, mas revertendo o patamar para próximo de R$5,25. Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o BTG vê a taxa de câmbio encerrando o ano marginalmente abaixo do patamar atual, em R$ 5,20. Para o ano que vem, acredita que deve haver uma apreciação no câmbio em torno de 6%.
Em relatório, os analistas do BTG Álvaro Frasson, Arthur Mota, Leonardo Paiva e Luiza Paparounis afirmam que esse novo patamar do real ocorre devido à incerteza em relação às despesas adicionadas ao orçamento previsto para o ano que vem. Segundo eles, a política fiscal pesa negativamente na precificação dos ativos, principalmente na curva de juros doméstica e na taxa de câmbio.
No entanto, outros fatores podem influenciar o câmbio nas próximas semanas, como as decisões de juros em outros países, entre eles os Estados Unidos. Ainda no cenário externo, a flexibilização da política de covid-zero na China e a atividade econômica forte dos EUA, proporcionando cautela ao Federal Reserve, estão no radar. O BTG projeta que a taxa-alvo de fundos do Federal Reserve terminal seja entre 5,00%-5,25%, acima dos 4,95% precificado na curva futura. “Há espaço para deterioração do cenário para ativos mais arriscados, o que seria prejudicial para o real”, dizem os analistas.
Segundo o BTG, os próximos dias devem ser importantes para definição dos riscos, afetando o patamar do câmbio brasileiro.