Dólar fecha em leve alta com dados de inflação dos EUA e tarifa de Trump em foco

Publicado 14.08.2025, 17:15
Atualizado 14.08.2025, 17:20
© Reuters. Notas de dólarn10/03/2016. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista fechou em leve alta ante o real nesta quinta-feira, na esteira dos fortes ganhos da moeda norte-americana no exterior, mas oscilando em faixa estreita diante da cautela de investidores em meio ao contínuo impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos.

O dólar à vista fechou em alta de 0,31%, a R$5,4179.

Às 17h06, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,45%, a R$5,439 na venda.

Os movimentos do real nesta sessão tiveram como pano de fundo a força da divisa dos EUA nos mercados globais, depois que dados de inflação ao produtor acima do esperado no país mexeram com as apostas sobre a trajetória da política monetária do Federal Reserve neste ano.

O índice de preços ao produtor dos EUA teve alta de 0,9% em julho na base mensal, após registrar estabilidade no mês anterior e bem acima da projeção de ganho de 0,2% em pesquisa da Reuters com economistas. Em 12 meses, a inflação chegou a 3,3%, acelerando ante os 2,4% de junho.

O resultado trouxe à tona preocupações de analistas de que as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, possam estar começando a afetar os preços no país, podendo atingir, em breve, os consumidores de forma mais ampla.

Com isso, operadores passaram a precificar chance de 93% de o Fed cortar os juros em 0,25 ponto percentual em setembro, segundo dados da LSEG. Antes do relatório, as apostas indicavam que tal redução estava totalmente precificada.

Essa mudança de cenário impulsionou os rendimentos dos Treasuries ao longo do dia, o que, em consequência, valorizou o dólar ante seus pares. Rendimentos mais altos nos EUA tendem a tornar a moeda norte-americana mais atrativa para investidores estrangeiros.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,48%, a 98,188.

Ao longo de sessões recentes, com o mercado sob o impacto de dados de emprego fracos e números de inflação ao consumidor moderados nos EUA, o dólar sofreu uma onda global de fraqueza, ajudando a fortalecer uma série de moedas emergentes, incluindo o real.

Na terça-feira, o dólar havia atingido a mínima desde junho de 2024 frente à divisa brasileira, a R$5,3864.

Na cena doméstica, entretanto, ainda tem permanecido um sentimento de cautela diante das incertezas comerciais desde que Trump impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros na semana passada, mesmo que excluindo uma série de bens.

Os agentes financeiros seguem acompanhando as tentativas do governo brasileiro de negociar com Washington para pelo menos ampliar a lista de isenções, mas o Executivo não tem tido sucesso em abrir canais de diálogo com os EUA.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na quarta-feira uma medida provisória que traça um plano de contingência para ajudar empresas afetadas pela tarifa norte-americana, incluindo uma linha de crédito de R$30 bilhões.

O dólar atingiu R$5,4295 (+0,52%) na cotação máxima do dia, às 15h06. A mínima da sessão foi de R$5,3947 (-0,12%), logo após a abertura.

Pela manhã, o Banco Central vendeu 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.

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