Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
Investing.com – O dólar ensaiava leve recuperação na manhã desta terça-feira, embora ainda operasse próximo da mínima de três anos registrada na véspera, em meio à crescente pressão do presidente Donald Trump sobre o Federal Reserve.
Às 08h45 de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da divisa frente a uma cesta de seis moedas fortes, avançava 0,14%, para 98,175, após ter recuado na sessão anterior a níveis não vistos desde março de 2022.
Fed no centro da tensão
A moeda norte-americana segue fragilizada desde o início da nova rodada de tarifas impostas por Trump a diversos parceiros comerciais, deteriorando a confiança dos mercados na estabilidade econômica dos Estados Unidos e na resiliência do dólar enquanto ativo de reserva global.
O ambiente se deteriorou ainda mais após Trump intensificar suas críticas ao presidente do Fed, Jerome Powell, cobrando cortes imediatos nos juros e sinalizando que cogita substituí-lo.
Na contramão, Powell afirmou recentemente que o banco central seguirá avaliando os impactos das tarifas antes de decidir sobre qualquer mudança nos juros, enfatizando a necessidade de cautela diante dos riscos inflacionários ainda presentes.
Para analistas do ING, as declarações de Trump comprometem um dos pilares da credibilidade do dólar: a independência da política monetária. Em nota, eles destacaram que o presidente estaria buscando transferir ao Fed a responsabilidade por uma possível desaceleração econômica, o que indica, na prática, que a Casa Branca compartilha dos receios de recessão já precificados pelo mercado.
Euro perto de nova máxima
Na Europa, o EUR/USD cedia 0,1%, negociado a 1,1500, após atingir na segunda-feira o maior patamar em mais de três anos frente ao dólar. O euro tem se beneficiado, apesar do corte de 25 pontos-base promovido pelo Banco Central Europeu na semana passada, em tentativa de estimular uma economia fragilizada pelo impacto das tarifas americanas.
Segundo o ING, o fortalecimento do euro não reflete fundamentos próprios da zona do euro, mas sim o enfraquecimento do dólar, com fluxos migrando para a moeda comum em busca de segurança e liquidez. Em sua avaliação, uma eventual escalada para 1,20 seria explicada quase exclusivamente por fatores ligados ao dólar.
O GBP/USD operava em alta marginal, a 1,3375, após atingir 1,3421 na segunda-feira — maior cotação desde setembro. A libra se sustenta com o apoio da taxa básica de 4,5% mantida pelo Banco da Inglaterra, embora a possibilidade de um corte em maio tenha ganhado força com a recente desaceleração da inflação.
Iene em destaque com queda do dólar
Na Ásia, o USD/JPY recuava 0,2%, negociado a 140,51, após tocar brevemente o nível psicológico de 140, algo que não ocorria desde meados de setembro. O iene tem liderado os ganhos frente ao dólar nesta nova rodada de aversão ao risco, beneficiado por sua tradicional posição como porto seguro em momentos de instabilidade, segundo avaliação do ING.
O USD/CNY subia 0,3%, cotado a 7,3138, mesmo com o Banco Popular da China tendo fixado na véspera o ponto médio oficial do iuane acima das expectativas, em tentativa de estabilizar a moeda em meio ao aumento da incerteza econômica.
O Ministério do Comércio chinês emitiu na segunda-feira um alerta contundente a países que cogitam acordos comerciais com os Estados Unidos que prejudiquem os interesses de Pequim, acusando Washington de utilizar tarifas e sanções cambiais como forma de coerção para isolar a China.
Esse pronunciamento ocorre em meio à escalada das tensões comerciais, com os EUA aplicando tarifas de até 145% sobre produtos chineses — medida que foi respondida por tarifas retaliatórias equivalentes por parte do governo chinês.