BBAS3: Por que as ações do Banco do Brasil sobem hoje?
Investing.com — O dólar avançava nesta quinta-feira contra as principais moedas do mundo, após o Federal Reserve destacar, em sua última decisão de juros, riscos de estagflação nos EUA, o que levou operadores a adiar expectativas de cortes nos juros no curto prazo.
Às 7h45 de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis importantes divisas, subia 0,4%, a 99,877, ampliando os ganhos da sessão anterior, quando havia avançado 0,3%.
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A autoridade monetária dos EUA manteve a taxa básica entre 4,25% e 4,50% na véspera, mas alertou para o aumento simultâneo dos riscos inflacionários e do desaquecimento no mercado de trabalho. O cenário projetado pelo Fed segue marcado por elevada incerteza.
Em pronunciamento após a decisão, Jerome Powell, presidente do banco central, afirmou que não há clareza se a economia norte-americana manterá o ritmo atual de crescimento ou se perderá tração diante da volatilidade macroeconômica e da possibilidade de nova aceleração inflacionária.
"O dólar abriu o dia com viés de alta após a reunião do Fomc, interpretada como uma sinalização clara de que cortes nos juros não estão no horizonte imediato", observaram analistas do ING em relatório.
As apostas para um corte em junho caíram para 20%, ante 30% no dia anterior. Para julho, a probabilidade agora é de 70%, abaixo da convicção quase total vista uma semana antes.
O movimento também encontrou respaldo nas declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que indicou que divulgará, ainda hoje, detalhes sobre um acordo comercial com um país ainda não identificado.
Segundo o New York Times (NYSE:NYT), trata-se de um pacto com o Reino Unido.
Além disso, os investidores acompanham com atenção as negociações entre Washington e Pequim, previstas para sábado, que poderão representar um desfecho para a prolongada disputa tarifária iniciada no início do atual mandato de Trump.
Enquanto isso, o euro (EUR/USD) cedia 0,1%, a 1,1292, pressionado pela valorização do dólar.
Na Alemanha, dados de março mostraram avanço nas exportações acima do consenso, com destaque para a demanda dos EUA, antecipando o impacto de tarifas. A produção industrial também surpreendeu positivamente.
As exportações cresceram 1,1% ante fevereiro, segundo o instituto oficial de estatísticas, enquanto as importações recuaram 1,4%. As vendas para os EUA subiram 2,4%, reforçando a tese de antecipação comercial em resposta a possíveis novas barreiras alfandegárias. Já a produção industrial teve expansão de 3% no mesmo período.
A libra esterlina, por sua vez, operava em leve queda frente ao dólar, com o GBP/USD recuando 0,1%, a 1,3291. A moeda britânica mostrava pouca reação às especulações sobre um possível acordo comercial com os EUA, enquanto o mercado aguarda a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra.
O esperado entendimento entre os dois países para redução de tarifas sobre determinados bens seria o primeiro sob a nova administração de Trump. Segundo o ING, o foco dos investidores está na eventual manutenção da tarifa-base de 10%, atualmente suspensa. Caso essa taxa seja eliminada, o impacto sobre ativos de risco seria potencialmente favorável, fortalecendo o dólar e impulsionando os mercados acionários.
A projeção consensual é de que o BoE reduza a taxa em 25 pontos-base, para 4,25%, com mais três cortes já precificados até o final do ano.
Na Escandinávia, o Riksbank da Suécia e o Norges Bank da Noruega também se reúnem hoje, mas as expectativas para mudanças relevantes são reduzidas.
Na Ásia, o dólar avançava 0,4% contra o iene (USD/JPY), a 144,36, em meio à menor demanda por proteção cambial. O iene recuava, mesmo diante das incertezas comerciais.
Os dados sobre salários no Japão, previstos para esta sexta-feira, deverão influenciar as próximas decisões do Banco do Japão quanto à taxa básica.
A moeda americana registrava leve alta de 0,2% contra o iuane (USD/CNY), a 7,2368. A moeda chinesa reagia com moderação ao anúncio de novas rodadas de negociação entre autoridades norte-americanas e chinesas na Suíça ainda esta semana.
Apesar da sinalização, permanece o ceticismo quanto à possibilidade de um avanço concreto nas tratativas, já que Pequim segue firme em sua posição de que não haverá progresso enquanto as tarifas impostas pelos EUA permanecerem elevadas.