Dólar avança mais de 1% com temores de recessão após nova ameaça de Trump à China

Publicado 07.04.2025, 09:48
Atualizado 07.04.2025, 13:00
© Reuters. Casa de câmbio no Rio de Janeiron24/09/2015.   REUTERS/Sergio Moraes

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista subia mais de 1% ante o real nesta segunda-feira, acompanhando os ganhos da divisa norte-americana no exterior, conforme investidores reagiam a uma nova escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China após declaração do presidente Donald Trump.

Às 12h41, o dólar à vista subia 1,37%, a R$5,9182 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,93%, a R$5,938 na venda.

Trump apresentou na quarta-feira um plano para implementar uma tarifa de 10% sobre todas as importações norte-americanas, com taxas "recíprocas" mais altas para os países que apresentarem um desequilíbrio comercial com a maior economia do mundo, com destaque para a taxa de 34% sobre a China.

As taxas apresentadas pelo presidente dos EUA foram mais altas do que o esperado e não têm estimulado negociações bilaterais, como era a expectativa de agentes financeiros, com China, União Europeia e outros países optando pelo caminho da retaliação por enquanto.

Em sua mais recente declaração sobre o tema, Trump disse nesta segunda-feira que os EUA imporão uma taxa adicional de 50% sobre os produtos chinesas caso Pequim não retire até terça-feira sua medida retaliatória -- uma sobretaxa de 34% contra as tarifas norte-americanas.

Trump ainda acrescentou que todas as conversas entre EUA e China sobre reuniões solicitadas por Pequim serão encerradas.

A notícia acirrava ainda mais os temores de que as medidas de Trump possam causar uma forte desaceleração econômica ao redor do mundo.

Em meio às preocupações com a atividade econômica global, investidores optavam por buscar ativos seguros, como títulos governamentais, metais preciosos e moedas fortes, o que prejudicava ativos de países emergentes, como o Brasil.

"Não apenas as tarifas de Trump foram muito mais severas do que o esperado, mas a maneira arbitrária e caótica com que os números reais foram produzidos assustou ainda mais os investidores", disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

"Estamos no início de uma nova novela, e uma coisa é certa: sendo uma moeda emergente, altamente exposta às commodities e aos principais atores desse confronto (EUA e China), o real enfrentará dias, talvez meses, de grandes oscilações", completou.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,85%, a 103,470.

A moeda dos EUA também avançava sobre pares do real, como peso mexicano, rand sul-africano e peso chileno.

Mais cedo, o dólar chegou a devolver todos os ganhos da sessão frente ao real após a circulação de uma suposta fala do assessor econômico da Casa Branca Kevin Hassett sobre a possibilidade de Trump adiar a implementação das tarifas sobre os parceiros comerciais, com exceção da China, por 90 dias.

Nesse cenário, o dólar atingiu a cotação mínima do dia, R$5,8163 (-0,38%), às 11h16.

Minutos depois, no entanto, a Casa Branca negou a informação, chamando-a de "notícia falsa", o que provocou uma retomada da força do dólar no Brasil e nos mercados globais.

A máxima da sessão, a R$5,9301 (+1,57%), foi alcançada após as falas de Trump nesta segunda, às 12h31.

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