Dólar sobe com reação do mercado a planos do governo e ameaças de Trump

Publicado 02.12.2024, 09:11
Atualizado 02.12.2024, 09:45
© Reuters. Nota de dólarn22/06/2017nREUTERS/Thomas White/Ilustração

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia frente ao real nesta segunda-feira, avançando em relação à cotação recorde de fechamento da sessão anterior, à medida que o mercado segue reagindo negativamente aos anúncios fiscais do governo na semana passada e às ameaças comerciais do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Às 9h27, o dólar à vista subia 0,33%, a 6,0210 reais na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,60%, a 6,037 reais na venda

A moeda norte-americana se fortalecia nos mercados globais, recuperando-se da perda semanal registrada na sexta-feira, com investidores avaliando as novas ameaças tarifárias de Trump que elevavam os temores de guerras comerciais no próximo ano.

Trump exigiu no sábado que os países membros do Brics, que inclui o Brasil, se comprometam a não criar uma nova moeda ou apoiar outra moeda que substitua o dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.

Em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em participação por videoconferência na reunião de cúpula do Brics em Kazan, na Rússia, que o bloco de países emergentes avance na criação de meios de pagamento alternativos entre si, fugindo da necessidade de uso do dólar.

A divisa dos EUA subia principalmente ante seus pares emergentes nesta segunda, avançando frente ao peso mexicano, ao rand sul-africano e ao peso chileno.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,16%, a 106,210.

No exterior, a semana terá a divulgação de uma série de dados econômicos, com destaque para o relatório de emprego de novembro dos EUA, a ser publicado na sexta-feira. Investidores buscarão sinais sobre a trajetória da taxa de juros do Federal Reserve.

No cenário doméstico, o ambiente continua sendo de pessimismo em relação ao compromisso do governo com o ajuste das contas públicas, na esteira do duplo anúncio na semana passada de uma reforma do Imposto de Renda e de um pacote de medidas de contenção de gastos.

Investidores avaliaram que o pacote fiscal, que prevê uma economia de 71,9 bilhões de reais nos próximos dois anos, veio na direção correta, mas o anúncio concomitante da reforma do IR teria sinalizado um descompromisso do Executivo com o ajuste fiscal.

Na sexta-feira, diante da repercussão negativa dos planos do governo, o dólar à vista fechou o dia com alta de 0,17%, cotado a 6,0012 reais -- maior valor nominal de fechamento da história e pela primeira vez acima dos 6,00 reais em um encerramento de sessão.

"É difícil prever até onde o dólar pode chegar, especialmente porque, na minha avaliação, estamos diante de uma resposta desproporcional do mercado em resposta às ações do governo. Em algum momento, devemos observar um ajuste", disse André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.

Analistas consultados pelo Banco Central subiram novamente suas projeções para o avanço do IPCA em 2024, 2025 e 2026, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

A pesquisa mostrou um aumento na projeção para o IPCA neste ano, agora com alta de 4,71% -- acima do teto da meta perseguida pelo BC --, ante 4,63% há uma semana. Em 2025, o avanço do índice deve chegar a 4,40%, acima dos 4,34% projetados anteriormente. Já em 2026, a nova projeção é de que o IPCA tenha alta de 3,81%, de 3,78% há uma semana.

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