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Karadzic senta-se no banco dos réus disposto a vencer batalha contra Justiça

Publicado 16.12.2009, 14:25
Atualizado 16.12.2009, 14:35

Maite Rodal.

Haia, 16 dez (EFE). - O julgamento do homem que foi o dirigente dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, considerado responsável direto pelo massacre de Srebrenica, começou em outubro passado, apesar do obstrucionismo do acusado, que os juízes esperam ter desarmado em seu boicote à Justiça internacional.

Durante a fase preparatória do processo, Karadzic, já sem a longa barba de médico naturista que usava para se disfarçar, deixou claro aos juízes que faria o que fosse possível para atrapalhar seu julgamento internacional por genocídio e outros crimes de guerra.

Com pleno conhecimento de que desaceleraria o processo, sua primeira arma foi a obstinação em se defender sozinho, alegando que ninguém melhor do que ele para conhecer os "fatos" que desencadearam o conflito armado da Bósnia (1992-95).

Sua segunda arma foi se cercar de um grupo de assessores legais, financiados pelo Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), que o ajudou na apresentação das quase 300 moções - um número recorde - apresentadas durante a fase preparatória de seu julgamento.

Além disso, tentou paralisar o julgamento se amparando em um suposto acordo com os Estados Unidos, que teria lhe prometido a imunidade no Tribunal de Haia em troca do abandono de suas responsabilidades públicas, no final do conflito na Bósnia.

Sem entrar na existência ou não desse acordo, os juízes rejeitaram esse ponto de partida de Karadzic, com o argumento de que o TPII é independente em relação a considerações políticas.

A atitude do acusado e a lentidão da Promotoria no momento de condensar sua acusação em benefício de um julgamento eficiente fez com que os juízes não pudessem fixar a data de início até 26 de outubro, um ano e três meses depois da detenção de Karadzic em um ônibus de Belgrado, após ter permanecido por mais de uma década foragido da Justiça.

Foi a partir de então que o ex-presidente dos sérvios da Bósnia lançou sua artilharia pesada e decidiu que, se não podia frear o início de seu julgamento pela via formal, faria-o com o boicote direto, negando-se a comparecer perante os juízes.

Para a decepção das centenas de familiares de muçulmanos mortos em Srebrenica que tinham viajado a Haia para ver Karadzic sentado no banco dos réus, o primeiro dia do julgamento não foi nada mais que um falso início.

Enquanto pensavam em como sair do beco em que foram encurralados por Karadzic, os juízes anularam a primeira audiência e deram ao acusado um prazo de um dia para reconsiderar sua situação.

Os ônibus em que os muçulmanos foram a Haia voltaram nessa mesma noite para a Bósnia, enquanto todos se perguntavam por que simplesmente Karadzic não era obrigado a comparecer ao tribunal.

Mas a questão não era tão simples: por um lado, o julgamento não podia começar sem um acusado que defende a si mesmo, e, por outro, levar Karadzic à força também não assegurava a fluência do processo no longo prazo.

Os juízes fizeram uma demonstração de que são eles que mandam ao permitirem à Promotoria que apresentasse suas alegações sem a presença do acusado, dando por iniciado o processo.

Depois disso, após comprovar que Karadzic continuava cercado por seu grupo de assessores, designaram para ele um advogado de ofício - o britânico Richard Harvey -, adiaram o julgamento até o começo de março para que o profissional pudesse se preparar, mas, ao mesmo tempo, não impediram o acusado defender a si mesmo.

Com isso, os juízes esperam ter desarmado Karadzic, já que, comparecendo ou não em março, o julgamento poderá continuar, e ele não poderá alegar ter perdido seu direito de se defender.

Por ora, Karadzic parece ter aceitado a ideia de colaborar com um advogado, mas exigiu que compartilhe sua cultura e nacionalidade, questão que ainda não foi respondida.

No próximo ano, surgirá a resposta sobre a vitória ou não dos juízes sobre Karadzic, e seu julgamento, ao contrário do que aconteceu com o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, poderá chegar a seu fim. EFE

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