Mercado mantém projeções de inflação e vê PIB ligeiramente mais alto, mostra Focus

Publicado 14.04.2025, 08:52
Atualizado 14.04.2025, 08:56
© Reuters. Vista de São Paulon13/01/2025. REUTERS/Jorge Silva

SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central mantiveram suas projeções para a inflação neste ano e no próximo, com as expectativas em relação ao crescimento da economia brasileira subindo ligeiramente nos dois períodos, enquanto as previsões para a taxa de juros ficaram inalteradas, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,65% ao fim deste ano, mesma previsão da pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira se manteve em 4,50%.

O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 1,98% neste ano, ligeiramente acima da projeção de expansão de 1,97% na semana anterior. Em 2026, a expectativa de crescimento subiu para 1,61%, de 1,60% anteriormente.

Sobre a política monetária do Banco Central, houve manutenção na expectativa para a taxa básica de juros neste ano e no próximo. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 15,00%, no que foi a 14ª semana consecutiva com essa expectativa, enquanto para 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,50%. No momento, a Selic está em 14,25% ao ano.

A pesquisa vem na esteira de uma semana marcada por temores sobre uma recessão global provocada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, com os mercados reagindo ao anúncio de novas tarifas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Trump anunciou a implementação de uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA em 2 de abril, com alguns países recebendo tarifas mais altas devido ao seu desequilíbrio comercial com a economia norte-americana.

Na quarta-feira passada, no entanto, Trump interrompeu as taxas "recíprocas" para a maioria dos países, mantendo em vigor a tarifa universal de 10%, mas as tensões com a China, por outro lado, continuaram a escalar. Após trocas de retaliações, Trump impôs taxa total de 145% sobre os produtos chineses, enquanto Pequim respondeu com uma tarifa de 125%.

Na cena doméstica, a semana anterior foi marcada pela divulgação de uma série de dados econômicos. O IBGE informou na sexta que o IPCA subiu 0,56% em março, depois de uma alta de 1,31% em fevereiro. Apesar da desaceleração, a alta em 12 meses até março chegou a 5,48%, de 5,06% no mês anterior.

Já o Banco Central relatou também na sexta que a atividade econômica brasileira cresceu mais do que o esperado em fevereiro com impulso do setor agropecuário, com seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), subindo 0,4% em fevereiro, em dado dessazonalizado.

No Focus desta segunda, houve ainda manutenção na expectativa para o preço do dólar no final de 2025 em R$5,90 e queda da projeção para 2026 a R$5,97, de R$5,99 na semana anterior.

A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 5% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários de Trump.

 

 

(Por Fernando Cardoso)

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