Investing.com - O dólar caía à mínima de seis meses frente a uma cesta de outras importantes moedas nesta terça-feira pois novas preocupações com a administração Trump e uma série de dados fracos do setor imobiliário dos EUA pesavam sobre a divisa.
O índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais divisas, tinha queda de 0,58% chegando a 98,24, seu nível mais baixo desde 9 de novembro.
O dólar enfraqueceu após relatos de que Donald Trump, presidente norte-americano, teria compartilhado informação sigilosa obtida de um aliado próximo aos EUA com o ministro das relações exteriores da Rússia sobre uma operação do Estado Islâmico em uma reunião na semana passada.
O relato surge quando a administração Trump se abala com a decisão do presidente de demitir James Comey, diretor do FBI, em maio a clamores do congresso por uma investigação independentes de possível interferência russa na eleição norte-americana.
O relato salientou dúvidas sobre a habilidade de Trump impor com sucesso seu programa de estímulo econômico.
O dólar ainda sofria mais pressão de venda após dados mostrarem que a construção de casas novas desacelerou inesperadamente em abril, indicando um resfriamento da recuperação do mercado imobiliário.
A construção de casas novas caiu 2,6% e atingiu, no último mês, um total de 1,17 milhão de unidades, já com ajuste sazonal, o mais baixo desde novembro, conforme informado pelo Departamento de Comércio. As licenças para construção caíram 2,5%, afirmou o relatório.
Essa informação se une a uma sequência recente de dados econômicos frustrantes dos EUA após outros dados divulgados na segunda-feira mostrarem que a atividade industrial no estado de Nova York enfraqueceu este mês, já que as empresas relataram uma queda em novos pedidos.
O euro ampliou ganhos prévios, subindo para o pico de sete meses com o par EUR/USD saltando 0,97% para 1,1080.
A demanda pelo euro continuava a se sustentar, já que investidores voltavam suas atenções para a perspectiva de política monetária pois preocupações com riscos políticos regrediram após o centrista Emmanuel Macron ser eleito presidente da França, vencendo Marine Le Pen, nacionalista de extrema-direita.
Dados nesta terça-feira confirmaram que a economia da zona do euro cresceu 0,5% no primeiro trimestre, alimentando especulações sobre quando o Banco Central Europeu poderia começar a reduzir seu programa de estímulo.
Outro relatório mostrou que a percepção econômica na Alemanha continuou a aumentar em maio, atingindo seu ponto mais alto desde julho de 2015.
Frente ao iene, o dólar estava mais fraco, com o par USD/JPY caindo 0,3% para 113,44.
A libra estava quase inalterada frente ao dólar, com o par GBP/USD cotado a 1,2895.
No início desta terça-feira, a libra chegou à máxima da sessão de 1,2957 após dados mostrarem que a inflação britânica no último mês foi a mais alta desde setembro de 2013, destacando preocupações com um aperto nos gastos dos consumidores.
A libra também sentia pressão para baixo devido à fraqueza frente ao euro mais forte, com o par EUR/GBP subindo 1,02% para 0,8595, máxima de um mês e meio.