O dólar ampliou os ganhos recentes ante rivais nesta quinta-feira, 2, após dados mostrando um mercado de trabalho forte nos Estados Unidos reforçarem expectativa por maior aperto monetário do Federal Reserve (Fed).
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 136,69 ienes, o euro recuava a US$ 1,0604 e a libra tinha queda a US$ 1,1954. O índice DXY avançou 0,52%, aos 105,027 pontos.
O custo unitário de mão de obra avançou 3,2% no quarto trimestre, muito acima do previsto por analistas do Wall Street Journal, que previam crescimento de 1,6%. Já os novos pedidos de auxílio-desemprego caíram na última semana, a 190 mil. A Oxford Economics avalia que os dados sustentam a probabilidade de um Fed "ainda mais hawkish nos próximos meses". Essa percepção ajudou a sustentar a moeda americana hoje.
Analista da Oanda, Edward Moya compartilha essa perspectiva e aponta que os juros devem "sem dúvida" permanecer altos por mais tempo. No final da tarde, o presidente da distrital do Fed em Atlanta, Raphael Bostic, comentou que ainda tem "um longo caminho" a seguir no processo de aperto e expressou apoio "firme" a ritmo de aumento de juros em 25 pontos-base por reunião. As negociações do dólar estão consolidando ganhos recentes, mas o quadro para próximas semanas continua sendo de volatilidade, projeta o ING.
O euro, por sua vez, se desvalorizou ante a divisa americana, mesmo após publicação da ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE). O documento sinalizou que mais altas nos juros seriam necessárias, porém mostrou que os dirigentes expressaram "reservas" sobre a comunicação proposta de uma intenção para a reunião de março da instituição, já que há possibilidade de aperto excessivo.
Além disso, mais cedo, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro desacelerou marginalmente entre janeiro e fevereiro, mas ficou acima da expectativa de analistas. Para o Commerzbank, após o CPI, parece quase certo que a instituição irá elevar seus juros em mais 50 pontos-base na reunião de março