O euro operou em alta robusta ante o dólar nesta terça-feira, 19, impulsionado pela perspectiva de que o Banco Central Europeu (BCE) possa surpreender e elevar os juros na zona do euro em 50 pontos-base na próxima quinta-feira, em vez dos 25 pontos-base indicados na reunião de junho da entidade.
O movimento da moeda comum derrubou o índice DXY, que fechou em baixa de 0,64%, aos 106,682 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,0233, a libra apreciava a US$ 1,2002 e o dólar tinha leve alta a 138,20 ienes.
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, dirigentes do BCE vão discutir se elevam seus juros básicos em 25 ou 50 pontos-base, na reunião de política monetária desta semana. A informação surpreendeu investidores, uma vez que alguns dos principais nomes do BC comum - entre eles a presidente Christine Lagarde - haviam antecipado um aumento de um quarto de ponto porcentual em julho, além de mais altas no restante de 2022, ainda de ritmo indefinido.
"Dado o quanto o BCE está atrás da curva, é prudente respeitar este cenário de 'surpresa'", diz o TD Securities, em relatório. Mas elevar os juros em meio ponto porcentual agora pode minar a capacidade do BCE de apertar sua política monetária quando o choque no fornecimento de energia na Europa piorar, alerta o banco de investimentos canadense.
Hoje, a Eurostat confirmou, em leitura final, que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 8,6% na comparação anual de junho, taxa recorde.
Entre moedas emergentes e commodities, o peso argentino recuou novamente, em meio a dúvidas sobre a trajetória do país. No horário citado, o dólar subia a 129,1627 pesos. No mercado paralelo, o chamado dólar blue tocou nova máxima histórica hoje, sendo negociado no fim da tarde a 301 pesos, segundo o jornal Ámbito Financiero.