O dólar se valorizou nesta quinta-feira, 13, ante outras moedas principais, como o euro e a libra. O movimento perdeu força após o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos de maio, que trouxe números abaixo do esperado e reforçou expectativas de corte de juros mais adiante pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), mas a divisa americana retomou fôlego à tarde. Entre emergentes, o peso mexicano subiu, recuperando um pouco de suas perdas dos últimos dias, diante de cautela com a política local e suas consequências na economia do país.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 157,03 ienes, o euro recuava a US$ 1,0744 e a libra tinha baixa a US$ 1,2766. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,53%, a 105,196 pontos.
Pela manhã, foi informado que o PPI dos EUA recuou 0,2% em maio ante abril, quando analistas ouvidos pela FactSet previam alta de 0,1%. Os demais números do dado também vieram abaixo do esperado. Ao mesmo tempo, os pedidos de auxílio-desemprego subiram na semana no país, para nível acima do previsto, e os dados provocaram pressão sobre o dólar. No monitoramento do CME Group, crescia a chance de corte de juros até setembro pelo Fed, em 68,5% no fim desta tarde.
Mais adiante, o dólar teve tempo de se recuperar. Na Europa, dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) demonstravam alguma cautela, sem compromissos prévios com mais relaxamento monetário, após o corte da última reunião. Madis Muller alertou que a inflação na zona do euro pode voltar a acelerar, além de lembrar que a meta de 2% ainda não foi atingida, enquanto Botjan Vasle previa relaxamento apenas gradual.
O dólar ainda subiu diante do iene, horas antes de o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) anunciar decisão de política monetária. Há expectativa por manutenção dos juros agora, mas o BC pode diminuir o ritmo de suas compras de títulos, acreditam analistas.
Ainda no noticiário cambial, a imprensa internacional registrou o fato de que, diante de sanções dos EUA contra a Rússia, houve suspensão imediata do comércio de dólares e euros na Bolsa de Moscou, a principal do país. Agora, essas moedas terão de ser negociadas no mercado de balcão, o que afetaria bancos e empresas locais, além dos investidores. No horário citado, o dólar caía a 88,3737 rublos.
Entre moedas emergentes da região, o dólar recuava a 18,4935 pesos mexicanos, no horário citado. Havia espaço para recuperação no peso, após perdas recentes motivadas pela vitória da governista Claudia Sheinbaum na disputa pela presidência e com a iniciativa do atual líder, Andrés Manuel López Obrador, de retomar uma tentativa de reforma constitucional antes barrada no Legislativo.
O dólar ainda subia a 902,5028 pesos argentinos, no mercado oficial. No paralelo, porém, o chamado dólar blue recuava a 1.245 pesos nesta tarde, segundo o jornal Ámbito Financiero. O dia era de otimismo nos mercados locais, diante da aprovação pelo governo, na noite de ontem, de um pacote de reformas desejado pelo presidente Javier Milei, mesmo após várias concessões para garantir o aval do Senado.
A Oxford Economics previa que os mercados argentinos continuem a mostrar força, com a percepção de que a vitória legislativa "significa que Milei finalmente tem a capacidade de avançar com sua agenda de liberalização e consolidação e porque a China concordou em estender um acordo de swap cambial por um ano". Mas a consultoria se diz "mais pessimista sobre a liquidez cambial no médio prazo", ainda frágil, e lembra que o país é um dos que têm uma maior parcela da riqueza offshore como porcentagem do PIB.
Na agenda local, a inflação ao consumidor da Argentina subiu 4,2% em maio ante abril, com alta anual de 276,4%, na leitura oficial. O índice continua a desacelerar, mas já subiu 71,9% até agora neste ano. Mesmo em nível ainda elevado, a leitura mensal foi a mais baixa desde 2022, em um contexto de choque econômico realizado pela administração para controlar o nível dos preços.