Pix é estratégico para o Brasil e precisa ficar sob gestão do BC, diz Galípolo

Publicado 06.08.2025, 10:45
Atualizado 06.08.2025, 11:36
© Reuters. Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de evento da Esfera Brasil, no Guarujá (SP)n07/06/2025nREUTERS/Fernanda Luz

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Pix é estratégico e crítico para o Brasil, sendo muito importante que o sistema permaneça como uma infraestrutura pública gerida pelo Banco Central, disse nesta quarta-feira o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo.

O Pix é mencionado em investigação dos Estados Unidos sobre o Brasil aberta sob justificativa de avaliar medidas comerciais injustas, discriminatórias ou restritivas ao país norte-americano.

"O Pix se revela uma infraestrutura estratégica e crítica para o país, é uma segurança para o país que ele seja gerenciado e administrado pelo Banco Central", disse o presidente do BC em palestra no evento Blockchain Rio.

Ele avaliou que a inclusão de qualquer tipo de incumbente privado no sistema do Pix poderia gerar conflito de interesses.

Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que está fora de cogitação imaginar que o governo brasileiro vai ceder, em negociação comercial com os Estados Unidos, a pressões de empresas multinacionais sobre o Pix, em referência a companhias do mercado de cartões de crédito, dominado por gigantes norte-americanas.

Nesta quarta, entrou em vigor tarifa de importação de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros e Haddad disse que terá uma reunião na próxima semana com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para tratar do assunto.

Galípolo defendeu no evento a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da autonomia financeira do BC, ao argumentar que inovações tecnológicas, incluindo as do Pix, “espremem” o orçamento da autoridade monetária.

O presidente do BC afirmou que os gastos do órgão com tecnologia cresceram fortemente nos últimos anos, alcançando quase metade das despesas orçamentárias da autarquia.

Apresentação disponibilizada pelo órgão aponta que a despesa com tecnologia passou de 29% do orçamento primário da autarquia em 2020 para 42% em 2025, mas pondera que esse percentual não leva em conta despesas com pessoal, meio circulante e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Na apresentação, Galípolo ainda afirmou que soluções como o Pix já são capazes de resolver problemas que países buscam solucionar por meio da criação de moedas digitais de bancos centrais.

"Se você tiver um sistema de pagamento instantâneo, como é o caso do Pix, você poderia conseguir endereçar boa parte desses problemas sem gerar, me parece, tanta conturbação, vamos dizer assim, no arranjo monetário que nós temos", afirmou.

 

(Por Bernardo Caram e Rodrigo Viga Gaier)

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