Roma, 6 out (EFE).- A venda do Milan pelo seu atual proprietário,
o primeiro ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pode finalmente
materializar-se agora que o Tribunal Civil da capital lombarda
condenou ao grupo do primeiro-ministro, Fininvest, a pagar 750
milhões de euros ao conglomerado CIR.
Isto é o que assegura hoje o diário esportivo italiano "La
Gazzetta dello Sport".
A razão é que o grupo de Berlusconi, que fechou 2008 com um lucro
de 241,7 milhões de euros, tem que fazer frente a tão elevada sanção
econômica pelos danos patrimoniais causados a CIR pela "corrupção"
que levou ao primeiro-ministro a fazer-se com o controle do
editorial Mondadori.
Isto faz parte da sentença ditada este sábado pelo Tribunal Civil
de Milão e que chegou dias antes do debate que começou hoje no
Tribunal Constitucional da Itália sobre a lei que outorga imunidade
judicial a Berlusconi, que, segundo o jornal, deve agora, em um
muito difícil momento para ele, buscar dinheiro para poder pagar a
condenação pelo caso Mondadori.
"A venda do Milan já não é só uma questão de família. Agora a
questão está sobre a mesa dos diretores de Fininvest", incide "La
Gazzetta dello Sport", que afirma que no clube italiano se estudam
"todas as hipótese" que os façam chegar em seguida uma "ingente
liquidez".
"E entre estas está a venda do Milan. Até agora Silvio Berlusconi
sempre a descartou, mas, perante esta situação excepcional,
reaparecem alguns indícios importantes sobre contatos pela venda do
clube", acrescenta.
O jornal explica que o principal candidato a ficar com a
propriedade do Milan é o empresário albanês Rezart Taci, que já
"mostrou disposição a comprar o clube", embora, de modo alternativo,
existe também a possibilidade que a equipe vá a parar nas mãos dos
Emirados Árabes Unidos.
Segundo "La Gazzetta dello Sport", 700 milhões de euros é o
número que o Milan pede por um clube em horas baixas e de derrotas
no campeonato italiano, uma quantidade de dinheiro muito próxima ao
que Fininvest tem que pagar a CIR. EFE