Investing.com – Até o momento, os balanços dos grandes bancos dos Estados Unidos demonstram a resiliência do setor financeiro após o teste de estresse deste ano, com política monetária restritiva e crise bancária levando a falências, avalia o Inter em relatório divulgado aos clientes e ao mercado. Enquanto JP Morgan Chase (NYSE:JPM), Wells Fargo (NYSE:WFC) e Citigroup (NYSE:C) deram início à temporada de resultados do setor na última sexta-feira, 14, Bank of America (NYSE:BAC) e Morgan Stanley (NYSE:MS) reportam indicadores financeiros nesta terça, 18.
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“O que foi observado até agora foram números superando expectativas, em virtude de uma maior resiliência na economia norte-americana, a despeito da política monetária mais restritiva, com resultados beneficiados por receitas de juros e melhora, mesmo que leve, do braço de investimentos”, destaca o Inter.
Por outro lado, o momento ainda aponta para um cenário de cautela, pois a alta nos juros pode prejudicar o ambiente de negócios, o que teria levado os bancos a elevarem suas provisões.
“Mesmo assim, vimos revisão para cima dos guidances para o ano, com os bancos esperando que os fatores positivos ainda se sobreponham, levando à forte recuperação no NII, e com isso maiores pagamentos de dividendos”, completa a analista Gabriela Joubert.
JP Morgan
Em relação ao JP Morgan, o Inter lembra que os indicadores vieram superiores às projeções, impulsionados por receitas com juros sobre empréstimos e efeitos benéficos da incorporação do First Republic Bank. O banco reforçou a solidez de seu balanço, com avanço das receitas de investimentos em 11% na comparação anual. No entanto, a analista pondera que o ponto de atenção no resultado foi o volume de provisões, totalizando US$ 2,9 bi, mais do que o dobro na mesma comparação. “Os resultados do JP Morgan costumam servir como um bom termômetro da economia norte-americana em razão de sua capilaridade e representatividade no país”, reforça o banco digital.
Citigroup
O banco Citigroup registrou uma baixa anual dos lucros em torno de 40% frente ao mesmo período do ano passado, com custos maiores que o esperado após plano de demissão. A alta nas provisões também foi ponto de cautela observado no balanço, segundo o Inter. Do lado positivo, as receitas foram beneficiadas pela alta no fluxo no segmento de Investimentos, assim como nos concorrentes, enquanto a unidade de serviços e plataforma de trade apresentou alta de dois dígitos. A analista aponta ainda como pontos negativos a possibilidade de aumento da inadimplência ainda neste ano.
Wells Fargo
Assim como os pares, o Wells Fargo também contou com impulso de receitas de juros após elevação das fed funds. De acordo com o Inter, o banco apresentou dados bem acima do esperado, com alta dos lucros em 57% na mesma análise, levando à revisão do guidance para cima. “Apesar de reforçar a resiliência da economia norte-americana e sinalizar um cenário um pouco mais favorável para o braço de investimentos, conforme operações de IPO e novas emissões voltam ao radar, o CFO do banco, Michael Santomassimo, afirmou que espera um arrefecimento dos negócios, conforme o efeito da política monetária restritiva em curso fique mais evidente”, aponta a analista do Inter.
Às 13h50 (de Brasília), as ações do JP Morgan subiam 1,81%, a US$152,49, enquanto os BDRs (BVMF:JPMC34) estavam em alta de 2,93%, a R$73,71.
Os papéis do Citigroup ganhavam 1,54%, a US$46,46, e os BDRs (BVMF:CTGP34) apresentavam valorização de 2,22%, a R$37,36.
As ações do Wells Fargo registravam acréscimo de 2,59%, a US$44,69, e os BDRs (BVMF:WFCO34) alta de 3,59%, a R$54.