Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O BTG Pactual (SA:BPAC11) decidiu fazer duas alterações na sua carteira recomendada para maio, após o portfólio ter tido uma rentabilidade de -3,9% em abril. No mês passado, o Ibovespa apresentou uma queda de 10,1%.
As ações da Localiza (SA:RENT3) e da Cielo (SA:CIEL3) foram retiradas da carteira, para abrir espaço para a Minerva (SA:BEEF3) e Locaweb (SA:LWSA3), cada ativo com um peso de 5% na carteira.
De acordo com o BTG, o banco está otimista em relação ao ciclo do gado no Brasil, pois enxerga uma forte e crescente demanda por carne bovina no país. Além disso, a Minerva possui forte geração de caixa e tem um valuation atrativo, na visão do BTG, com as ações sendo negociadas a 2x EV/Vendas 2022E e 14x EV/Ebitda.
Já as ações da Locaweb devem apresentar no 1T22 uma recuperação na sua lucratividade, à medida que a empresa consolida suas muitas aquisições a partir de 2021, segundo o BTG. O banco também aponta que o papel está sendo negociado a 2x EV/Vendas 2022E e 14x EV/Ebitda 2022E.
A exposição às ações da Multiplan (SA:MULT3) subiram de 5% para 10%, enquanto a participação dos ativos da Vale (SA:VALE3) passaram de 10% para 15%.
Além disso, a carteira do BTG também conta com exposições de 15% em Itaú Unibanco (SA:ITUB4), e de 10% em Banco do Brasil (SA:BBAS3), Raizen (SA:RAIZ4), Energisa (SA:ENGI4), SLC Agrícola (SA:SLCE3) e Arezzo (SA:ARZZ3).
O BTG destaca que apesar do Ibovespa ter começado o ano com força, a forte correção global levou as ações brasileiras a caírem 10% em real e 14% em dólar em abril. Ainda assim, o banco defende que a bolsa brasileira está bem posicionada em meio ao ambiente geopolítico complicado no cenário internacional.
Após a correção em abril, as ações brasileiras (ex-Petrobras e Vale) estão sendo negociadas a 9,5x P/L de 12 meses projetados, mais de um desvio padrão abaixo da média histórica, diz o BTG. O prêmio para manter ações, medido como o inverso do P/L menos as taxas de juros reais de 10 anos, é de 4,9%.
O banco, porém, alerta que a expectativa de uma inflação elevada nos próximos dois anos e o risco político das eleições impedem que os preços dos ativos brasileiro decolem. Assim como o potencial baixo de crescimento da economia brasileira também limita o interesse de investidores internacionais.