BERLIM (Reuters) - O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, foi vítima de trotes telefônicos feitos a partir da Rússia, informou o órgão nesta quinta-feira, em meio a tensões na relação entre a organização e os russos depois que os atletas do país foram proibidos de desfilar na cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris, por conta da guerra na Ucrânia. O COI afirmou que houve chamadas falsas feitas para o órgão e seu presidente, com os interlocutores dizendo serem representantes da Comissão da União Africana, querendo discutir a situação da Rússia.
“Aparentemente houve um novo incidente na campanha de desinformação e difamação da Rússia contra o Comitê Olímpico Internacional e seu presidente”, afirmou o COI em comunicado. Em setembro, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, falou de fadiga internacional com o conflito com a Ucrânia durante um trote telefônico com russos, que também já enganaram outros políticos e celebridades ocidentais, na esperança de obter comentários comprometedores. “Durante as chamadas, uma pessoa que fingia ser o presidente da Comissão da União Africana queria ouvir argumentos do COI sobre a politização do esporte pelo governo russo, com o intuito de preparar um comunicado sobre tal politização”, afirmou. Na terça-feira, o COI anunciou a proibição de atletas russos e bielorrussos de desfilar na cerimônia de abertura dos Jogos de Paris. Moscou respondeu de forma dura, e o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou na quarta-feira que a decisão do comitê era “a destruição da ideia do olimpismo” e atentava contra o interesse dos atletas. Russos e bielo-russos competirão como atletas neutros em Paris, sem bandeiras e hinos. (Reportagem de Karolos Grohmann)