Em declaração sobre crise climática, Brasil e China cobram financiamento de países ricos e prometem atuação conjunta

Publicado 14.04.2023, 11:16
Atualizado 14.04.2023, 11:20
© Reuters. Lula e Xi Jinping em Pequim
14/04/2023
Ricardo Stuckert/Distribuição via REUTERS

Por Lisandra Paraguassu

(Reuters) - Em uma declaração conjunta específica sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, os governos do Brasil e da China cobraram dos países desenvolvidos que acelerem os investimentos acordados em mitigação e desenvolvimento de tecnologia para combate às mudanças climáticas, como acertado no Acordo de Paris e que, até hoje, não vem sendo cumprido.

"Continuamos muito preocupados com o fato de que o financiamento fornecido pelos países desenvolvidos continua aquém do compromisso de US$ 100 bilhões por ano, como acontece todos os anos desde que a meta foi estabelecida em 2009, mesmo que o valor real necessário supere em muito esse compromisso", diz a declaração assinada pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping.

A declaração informa também a decisão dos dois países de criar um subcomitê especial para mudanças climáticas dentro da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), para cooperar em questões políticas e tecnológicas.

As cobranças aos países desenvolvidos incluem, ainda, a promessa de lutar contra "barreiras comerciais verdes", além de atuar em conjunto com os países em desenvolvimento em fóruns internacionais.

"Estamos determinados a fortalecer ainda mais o multilateralismo, inclusive com todos os nossos parceiros do Grupo dos 77 e da China (G77+China), com vistas a um modelo de solidariedade climática que seja coletivo, que rejeite o unilateralismo e as barreiras verdes ao comércio, e que seja firmemente fundamentada em valores de solidariedade e cooperação em nossa comunidade internacional", diz a declaração.

Como mostrou a Reuters, o Brasil negocia com a China a criação de um fundo de investimento bilateral de investimento verde, para financiar e subsidiar o desenvolvimento de indústrias verdes e de energia renovável nos dois países. Era esperado algum tipo de anúncio de um pontapé inicial durante a viagem, o que terminou não acontecendo por falta de tempo hábil para as negociações.

O fundo foi proposto pelo Brasil em fevereiro, e está em estágios iniciais de negociação. Em conversa com a Reuters, há duas semanas, o assessor especial da Presidência Celso Amorim confirmou as negociações, mas deixou claro que não sabia se seria possível anunciar algo já agora.

Um outro ponto destacado na declaração é o acordo entre os dois países para construir mais um satélite de monitoramento, o CBERS-6, que será usado para ajudar no monitoramento de florestas, e a promessa de tomar medidas coletivas contra o desmatamento legal e a venda internacional de madeira.

 

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

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