Por Emily Rose
JERUSALÉM (Reuters) - Para a famosa chef canadense Suzanne Husseini, um primeiro tour culinário pelos territórios palestinos foi uma chance de preservar e promover os pratos e remédios populares de seus ancestrais.
Durante um passeio pela Cisjordânia ocupada, Jerusalém e Faixa de Gaza, Husseini e outros quatro chefs de renome encontraram uma culinária palestina muitas vezes desconhecida para estrangeiros mais acostumados a notícias do conflito com Israel.
"Estou de volta em casa, na Palestina, para seguir, ver, explorar, documentar, pesquisar e me reconectar com meu povo, com a terra, com as fazendas, com a comida - porque a comida é minha linguagem", disse Husseini, cuja família vem de uma cidade perto de Nablus, na Cisjordânia.
O tour foi patrocinado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o objetivo de expandir o apelo internacional da culinária palestina, apesar da relativa escassez e custo de alguns de seus ingredientes.
Os chefs, com raízes palestinas, se concentraram em técnicas tradicionais, como transformar o venenoso lírio roxo palestino, que floresce na primavera, em ingrediente para sopas e remédios tradicionais.
Eles também aprenderam sobre os benefícios nutricionais do "freekeh", trigo colhido ainda verde, defumado para reter suas proteínas naturais e servido como arroz.
Mirna Bamieh, chef e fundadora da Palestine Hosting Society, que busca retomar as receitas tradicionais palestinas, descobriu uma variante local do bolinho de carne "kubeh" frequentemente associado às cozinhas curdas.
Ismail Abu Arafeh, chefe de Mapeamento de Soluções do PNUD, disse que o passeio proporcionou aos chefs uma janela para a cultura mais ampla dos palestinos em meio à luta de décadas por um Estado.
"Eles querem ver a história, o significado cultural, mas também, o mais importante, o valor nutricional do que esses pratos antigos trazem", acrescentou.
(Por Emily Rose)