Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A possibilidade de venda da infraestrutura de telefonia fixa da Oi (BVMF:OIBR3) é vista com bons olhos pelo UBS, pois isso pode levar a companhia a melhorar a sua estrutura de capital. Além disso, o valor do negócio é uma surpresa agradável para o valutation da companhia de telefonia, uma vez que até então, ele não fazia parte das projeções feitas pelo banco internacional.
A Oi recebeu uma oferta vinculante, de uma afiliada da Highline, para vender 8 mil sites de infraestrutura da concessão de telefonia fixa. O valor é de até R$ 1,697 bilhão, divididos em parcelas de R$ 1,088 bilhão à vista na data de fechamento e até R$ 609 milhões até 2026, condicionado à quantidade de itens de infraestrutura a serem utilizados.
O negócio envolve um veículo de propósito específico criado pela Oi e um contrato de compartilhamento contínuo, o que se assemelha a uma operação de sales leaseback. Ainda é preciso esperar por decisões da Anatel e do Cade, algo que o UBS acredita que deve trazer mais detalhes sobre a oferta.
Em linhas gerais, o UBS recebe essa oferta para a Oi de forma positiva, apesar de que o compromisso da Oi de alugar parte da infraestrutura pode impactar negativamente a geração de caixa operacional.
A entrada desse montante não estava nos cálculos de projeções do UBS, uma vez que a empresa tratava essa venda como opcional, já que os ativos vendidos estavam vinculados à concessão. Mas esse negócio impulsiona a Oi em direção a uma estrutura de capital mais sustentável.
Sem possíveis impactos negativos nas margens das obrigações de aluguel e considerando apenas o valor inicial, o ND/Ebitda de 2023 cairia de 11,7x, sem o negócio, para 10,9x.
Ainda assim, o UBS se mantém neutro sobre as ações da Oi, com preço-alvo em R$ 0,60.