Investing.com - Com mercados assustados com a proposta de expansão fiscal do novo governo e as incertezas sobre a definição do novo ministro da Fazenda, o BTG (BVMF:BPAC11) atualizou sua carteira recomendada para novembro. Segundo o banco preocupações fiscais e baixa visibilidade tornaram a estratégia mais cautelosa. A carteira é composta por Vale (BVMF:VALE3), Itau Unibanco (BVMF:ITUB4), Weg (BVMF:WEGE3), Eletrobras (BVMF:ELET3), BB Seguridade (BVMF:BBSE3), Localiza (BVMF:RENT3), PetroRio (BVMF:PRIO3), Equatorial (BVMF:EQTL3), Arezzo (BVMF:ARZZ3) e Minerva (BVMF:BEEF3).
O banco decidiu manter a estratégia iniciada no mês passado de adicionar temas menos correlacionados com a economia brasileira e resolveu incluir a Vale novamente. Segundo o banco, isso faz com que haja elevação da exposição do portfólio ao dólar e à potencial reabertura da economia chinesa.
O BTG também adicionou BB Seguridade (BVMF:BBSE3). Aliado ao Itaú, que teve redução na exposição sugerida de 15% para 10%, a carteira sugere 20% em serviços financeiros. Além disso, o Banco decidiu incluir as ações da Equatorial, junto com a WEG.
Saíram Rumo (BVMF:RAIL3), Cyrela (BVMF:CYRE3), Renner (BVMF:LREN3) e Raizen SA (BVMF:RAIZ4). O BTG diz estar menos confiante de que o novo governo restabelecerá os impostos de PIS/COFINS sobre combustíveis.
Estabilidade fiscal
De acordo com o BTG, entre as preocupações a respeito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, estão a robustez dos valores das despesas extras fora do teto de gastos. O banco considera que o montante em torno de R$200 milhões é muito maior do que o mercado esperava e “muito mais do que o necessário para manter o programa Auxilio Brasil funcionando no atual nível”.
Para o BTG, caso o Auxilio Brasil seja mesmo retirado do teto de gastos, os valores podem crescer sem limitações. O banco avalia que é quase impossível mover um programa social desse tamanho de volta para a âncora fiscal anterior.
Segundo o time macro, o montante de R$ 200 bilhões em despesas permanentes adicionais poderiam levar a relação dívida/PIB do Brasil a ultrapassar 100% até 2030, contra cerca de 75% hoje.