Por Michael Holden e Sarah Mills
LONDRES (Reuters) - Um quarto de século após sua morte, com apenas 36 anos, a princesa Diana continua sendo uma fonte de fascínio para as pessoas ao redor do mundo e seu destino ainda lança uma sombra sobre a realeza britânica.
Diana morreu em 31 de agosto de 1997, quando a limusine que a transportava junto do namorado Dodi al-Fayed colidiu no túnel Pont de L'Alma, em Paris, enquanto fugia da perseguição de fotógrafos paparazzi em motocicletas.
Sua morte mergulhou a monarquia em uma crise, depois da desintegração pública de seu casamento com o herdeiro ao trono britânico, o príncipe Charles, com revelações de rixas, adultério e a angústia que ela sentia em seu papel na realeza.
Vinte e cinco anos depois, o fascínio que ela exerce mostra poucos sinais de recuo.
Foram lançados "Spencer", um filme sobre o tumultuado fim do casamento de Charles e Diana, "A Princesa", documentário do diretor indicado ao Oscar Ed Perkins, enquanto o drama de sucesso da Netflix (NASDAQ:NFLX) "The Crown" se concentrou em Diana em sua temporada mais recente.
Houve ainda livros, inúmeros artigos de jornal, vários programas de TV, recriminações sobre uma polêmica entrevista de 1995 que ela deu à BBC, e até mesmo "Diana, The Musical", um show da Broadway muito criticado e de curta duração.
"Diana ainda tem um impacto, ainda há documentários sendo feitos sobre ela, histórias escritas sobre ela, as pessoas ainda estão intrigadas com essa mulher", disse o autor Andrew Morton, cuja biografia de 1992 expôs pela primeira vez as profundas divisões em seu casamento e com quem ela cooperou secretamente.
Para a própria realeza, Diana ainda é onipresente, principalmente para seus dois filhos, os príncipes William e Harry, que têm falado sobre o trauma que a morte dela causou e como isso afetou sua saúde mental por anos.
"Todos os dias, desejamos que ela ainda estivesse conosco", disse William quando os dois irmãos inauguraram uma estátua em sua homenagem no ano passado no Palácio de Kensington, no centro de Londres, sua antiga casa.
O príncipe Charles emergiu lentamente da sombra lançada pela morte de sua ex-esposa e agora está casado há 17 anos com Camilla, a mulher que Diana considerava responsável pelo fracasso de seu relacionamento. Mas, pesquisas mostram que o problema persiste em alguns.
O fascínio duradouro também não é apenas com sua vida, mas com a maneira de sua morte.
Para longo inquérito concluído em 2008, Diana e al-Fayed foram mortos pela condução negligente do motorista Henri Paul e dos fotógrafos paparazzi que perseguiam sua limusine.
Uma investigação policial que apurou se ela poderia ter sido assassinada descartou uma série de teorias da conspiração e determinou que Paul estava bêbado e dirigindo rápido demais.
Mas a especulação de que ela foi vítima de um plano de assassinato ainda perdura, e um dos ex-guarda-costas de Diana ganhou as manchetes esta semana ao sugerir que oficiais de segurança britânicos podem ter inadvertidamente causado o acidente.
Então, por que Diana e sua morte geram tanto interesse?
"Acho que o único outro momento da minha vida em que realmente sinto que o tempo parou foi o 11 de Setembro", disse o cineasta Perkins à Reuters. "A morte de Diana realmente foi um momento em que o mundo inteiro parecia estar focado neste evento singular."