Por Iain Withers
LONDRES (Reuters) - O Capital Group pretende expandir seus negócios de renda fixa, acelerar a expansão internacional e se diversificar de seu principal ramo de ações para conter a saída de clientes e competir com rivais de crescimento mais rápido, disse seu presidente-executivo, Mike Gitlin, à Reuters.
Ao longo de seus 93 anos, a companhia sediada em Los Angeles construiu a maior empresa de fundos ativos do mundo, incluindo a gigante gama "American Funds". Ela agora administra um total de 2,6 trilhões de dólares em ativos, mas raramente compartilha publicamente informações sobre seus investimentos.
O Capital espera crescer seus ativos em mais da metade nos próximos sete anos, chegando a cerca de 4 trilhões de dólares, afirmou Gitlin.
As decisões da companhia, cuja escala a torna uma das dez maiores acionistas em empresas como Microsoft (NASDAQ:MSFT), Meta e General Electric (NYSE:GE), podem movimentar os mercados e, por vezes, exercer uma influência considerável sobre as estratégias empresariais.
Gitlin revelou as prioridades do Capital para seus 9.000 funcionários de seu novo hub internacional no oeste de Londres na terça-feira, à medida que um "boom" nos investimentos passivos e privados força uma mudança de direção.
Os ativos em fundos passivos superaram os dos fundos ativos pela primeira vez nos Estados Unidos no ano passado, mostraram dados da Morningstar, e o Capital suportou cinco anos seguidos de saídas líquidas de seus fundos de ações nos EUA, enquanto o negócio norte-americano como um todo viu mais de 100 bilhões de dólares serem retirados em 2022 e 2023.
E enquanto grandes rivais, como JP Morgan e BlackRock (NYSE:BLK), relataram grandes entradas no ano passado, o Capital teve dificuldades.
A meta de 4 trilhões de dólares de Gitlin implica uma taxa de crescimento mais lenta do que a que o Capital alcançou nos sete anos anteriores, quando expandiu de 1,5 trilhão, dependendo da valorização dos ativos para crescer em meio às saídas.
Clientes baseados nos EUA ainda representam mais de 97% dos ativos do Capital e as ações representam quatro quintos desse total, mas Gitlin quer que isso mude com uma estratégia que se estende até 2031, que coincide com os 100 anos da fundação da empresa.
"A Europa e a Ásia são absolutamente críticas para o nosso futuro", disse Gitlin, que tem elaborado a estratégia desde que se tornou CEO em outubro. Um novo escritório em Miami também terá como alvo clientes offshore na América Latina, que ele disse estar "realmente decolando".
Os ativos de clientes no exterior atualmente somam 70 bilhões de dólares, mas esse valor deve mais que dobrar para cerca de 175 bilhões de dólares até 2031, disse Gitlin.
(Por Iain Withers; Reportagem adicional de Davide Barbuscia em Nova York)