Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - Com o mercado se movimentando com cautela, o momento atual pode pedir ao investidor que incorpore fundos imobiliários (FII) no seu portfólio, segundo a XP (BVMF:XPBR31), já que esse tipo de ativo tem instrumentos para surfar momentos de inflação e juros elevados.
Confira as recomendações da XP na hora de escolher um FII.
Fundos de Papel
Os fundos de recebíveis indexados em CDI, também conhecidos como os fundos de papel, devem se beneficiar do cenário macroeconômico com a taxa de juros Selic em patamares mais elevados, destaca a XP, que considera esse ativo uma boa opção de proteção.
“O segmento oferece boa rentabilidade e diversificação. Entendemos que o foco deva se manter em ativos com portfólio indexado majoritariamente em CDI+ e com CRIs high grade, principalmente devido à alta de juros e também pela melhor relação risco-retorno”, explica a XP em relatório divulgado.
Para o banco digital, mesmo com com arrefecimento esperado dos dividendos devido a deflação atual da inflação, os fundos indexados em IPCA+ se mantêm atrativos, principalmente para trazer diversificação na composição da carteira.
A indicação de FII de papel é sobre KNCR11 (BVMF:KNCR11).
Shopping Centers
Os fundos que atuam no segmento de shoppings foram duramente impactados pela pandemia de coronavírus, por causa do fechamento das lojas, o que reduziu a distribuição de rendimentos. Porém, a XP destaca que alguns shoppings já apresentam valores similares ao pré-pandemia.
“Dado um cenário macroeconômico desafiador, mantemos nossa preferência em fundos com portfólios compostos de shoppings dominantes e orientados para alta renda, por se demonstrarem mais resilientes”, afirma a XP.
Além disso, no longo prazo, a expectativa é pela expansão do setor, devido ao crescimento populacional, melhora nos níveis de empregos e consequentemente avanço do consumo das famílias, avalia a XP.
A principal escolha da XP para o segmento é o XP Malls Fundo de Investimento Imobiliário (BVMF:XPML11).
Lajes corporativas
Assim como o segmento de shoppings, os escritórios também foram afetados pela pandemia e a popularização do home office. Apesar disso, a XP acredita que as principais mudanças já passaram e que o mercado se adaptou para permanecer competitivo, o que trouxe flexibilidade para as locações.
“A retomada do segmento está associada à recuperação econômica, para que então a vacância da cidade reduza e vejamos movimentos positivos em relação aos preços dos aluguéis. Adicionalmente, os fundamentos de longo prazo são sólidos para essa classe de ativo”, afirma a XP.
A recomendação é pelo PVBI11 (BVMF:PVBI11).
Galpões logísticos
A XP destaca que “o segmento de galpões logísticos apresenta uma perspectiva relativamente favorável no curto prazo devido à manutenção do crescimento do e-commerce, que desde a pandemia vem demandando volume crescente de ativos logísticos localizados próximos às grandes regiões metropolitanas”.
Porém, é preciso destacar que, acompanhando o aumento da demanda, também houve um crescimento substancial da oferta, o que deve levar a uma redução na velocidade de crescimento do preço médio pedido de aluguel.
“Entendemos que os descontos atuais nos preços dos fundos do setor apresentam boas oportunidades para o investidor orientado ao médio e longo prazo, que desejam obter ganhos de diversificação com esse tipo de ativo ao mesmo tempo em que obtêm bom potencial de valorização nos investimentos com a retomada gradual da atividade econômica”, recomenda a XP.
A indicação no segmento é pelo BRCO11 (BVMF:BRCO11).
Renda urbana
Os FIIs com maior foco em imóveis de varejo alimentício tendem a apresentar menor volatilidade, oferecendo relativa proteção aos movimentos do ciclo econômico no médio prazo, explica a XP.
Já os FIIs com exposição a imóveis utilizados no varejo educacional tiveram maior volatilidade no período recente, mas tendem a apresentar comportamento também relativamente estável das receitas no médio prazo, porém particularmente sujeitos aos movimentos de expansão e consolidação dos grandes grupos educacionais.
Por fim, a XP esclarece que os FIIs com grande peso de imóveis utilizados por outros setores de varejo tendem a se comportar de modo similar aos fundos de shoppings.
A principal escolha para o segmento é HGRU11 (BVMF:HGRU11).
Hedge Funds
A estratégia de investimentos desse tipo de fundo se baseia em trazer maior flexibilidade na alocação de seu patrimônio líquido, buscando ativos com melhor posicionamento de acordo com o momento, ou seja, possibilitando ao gestor explorar melhor o ciclo de cada ativo.
“Além disso, um bom time de gestão busca retornos adicionais e boa rentabilidade (alfa) mesmo quando os mercados não estão em alta. Com isso, os retornos desses FIIs tendem a ter caráter mais acíclico e uma menor correlação com o IFIX, o que faz com que o investimento nesses fundos traga ganhos de diversificação à carteira do investidor”, explica a XP.
Na opinião do banco digital, esse tipo de ativo tende a trazer retornos superiores que os demais FIIs ainda que possam enfrentar maior volatilidade com o cenário macroeconômico. Porém, no momento, a XP não faz a cobertura de nenhum fundo de hedge.