Motta sobre Eduardo Bolsonaro: ’Não há mandato a distância’ no regimento

Publicado 08.08.2025, 04:12
Atualizado 08.08.2025, 07:40
© Reuters.  Motta sobre Eduardo Bolsonaro: 'Não há mandato a distância' no regimento

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta quinta-feira, 7, que respeita, mas não concorda com "alguns movimentos" feitos pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e indicou que pode decretar a perda do mandato do parlamentar. "Não há previsibilidade para exercício do mandato a distância", afirmou Motta.

"Temos um problema político-jurídico que envolve o deputado Eduardo Bolsonaro, que tomou a decisão de ir aos Estados Unidos e ficar lá defendendo teses que lhe são caras. E essas teses, nós temos que respeitar, ele está no exercício, apesar de não concordar com alguns movimentos que ele tem feito", disse Motta, em entrevista ao site Metrópoles.

Segundo o presidente da Câmara, Eduardo será tratado "com base no regimento". "É importante dizer que iremos tratar todo deputado com base no regimento. Não há previsibilidade para o exercício do mandato a distância no nosso regimento", reiterou.

Ainda de acordo com Motta, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma escolha ao ir para os Estados Unidos. "Sabia daquilo que não seria possível manter, quando optou por ficar a distância do seu mandato, do Estado que representa", observou Motta.

Repetindo ameaças que tinha feito na semana passada, Eduardo disse que o presidente da Câmara pode virar alvo de sanções do governo americano caso "não cumpra o seu papel enquanto representante da sociedade".

’Próximos capítulos’

"Eu não falo pelo governo americano, mas pode, sim, haver, como por exemplo ocorreu para Rodrigo Pacheco, que perdeu o seu visto. Ele perdeu o visto devido ao grande volume de pedidos de impeachment do Alexandre de Moraes que nunca sequer foram analisados. Então o Pacheco, ex-presidente do Senado, foi visto como uma parte, uma peça que sustenta esse regime. Se continuar nessa toada de Alexandre de Moraes abusando do poder e nada sendo feito, pode, possivelmente, nas cenas dos próximos capítulos, isso daí ocorrer", afirmou Eduardo.

O governo dos EUA anunciou no dia 30 de julho punição a Moraes com a Lei Magnitsky. É a primeira autoridade de um país democrático a ser punida com as sanções previstas na norma, criada para restringir direitos de violadores graves dos direitos humanos.

A Lei Magnitsky prevê como punições aos alvos a proibição de entrada nos Estados Unidos, o bloqueio de bens e propriedades em território americano e a proibição "extraterritorial de prestação de serviços por empresas com sede nos Estados Unidos".

Motta disse que um ônus de seu trabalho como presidente da Câmara é o equilíbrio. "Nós temos que fazer o que é certo e nada nos tirará desse foco", afirmou, em resposta à declaração de Eduardo Bolsonaro.

Motta havia prometido ontem tomar providências em relação aos deputados que ocuparam o plenário e obstruíram os trabalhos na Casa por mais de 30 horas. "Providências serão tomadas até o final do dia de hoje (ontem)", disse ao ser questionado se havia desistido de aplicar um ato com punições de suspensão de mandatos por 180 dias.

Bebê ’escudo’

Em relação a uma cena marcante da conflagração na Câmara, o deputado Reimont (PT-RJ) afirmou que acionou o Conselho Tutelar nesta quarta, 6, contra a deputada Julia Zanatta (PL-SC), que levou sua filha de quatro meses à Casa durante a obstrução dos trabalhos. Em suas redes sociais, a parlamentar disse ter usado o bebê como "escudo" para não ser retirada do local.

No ofício encaminhado ao Conselho Tutelar, Reimont diz que a conduta da deputada "suscita sérias preocupações quanto à segurança da criança, que foi exposta a um ambiente de instabilidade, risco físico e tensão institucional".

O texto publicado pelo deputado no X (antigo Twitter) destaca que Zanatta se manteve com a criança no colo, sentada nas cadeiras da Mesa Diretora da Câmara, mesmo com "alertas e possibilidade de intervenção da Polícia Legislativa".

A parlamentar afirmou, também no X, que os que criticam a atitude dela "não estão preocupados com a integridade da criança", já que "nenhum abortista jamais esteve". "Eles querem é inviabilizar o exercício profissional de uma mulher usando, sim, uma criança como escudo."

A deputada do PL e os demais parlamentares da oposição tentaram paralisar os trabalhos na Câmara e no Senado em meio à pressão pela aprovação do Projeto de Lei da Anistia e do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.