SÃO PAULO (Reuters) - Os partidos de oposição à presidente Dilma Rousseff divulgaram manifesto nesta terça-feira em que afirmam que somente a saída da petista da Presidência abrirá caminho para a retomada do crescimento econômico e para que o país saia da atual crise que atravessa.
Os partidos de oposição --PSDB, DEM, PPS e SD-- afirmam que a saída de Dilma pode se dar tanto por um impeachment, cujo pedido de abertura tramita na Câmara, quanto por uma decisão favorável do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em uma das ações movidas pelo PSDB que pedem a cassação de Dilma e de seu vice, o peemedebista Michel Temer.
"Somente a saída de Dilma do governo abrirá caminho para que possamos voltar a trilhar o rumo do desenvolvimento sustentável, responsável, planejado e longe da corrupção", afirmam os oposicionistas no manifesto.
Para os partidos de oposição, a 23ª fase da operação Lava Jato, deflagrada na segunda-feira e que levou à prisão do publicitário João Santana, marqueteiro das campanhas eleitorais de Dilma em 2010 e 2014 e da do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, demonstra "cabalmente" que recursos do esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4) abasteceram campanhas eleitorais petistas.
"Após a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari, a ligação do marqueteiro de Dilma com os desvios reforça ainda mais as ações já em curso no TSE pela cassação da presidente Dilma Rousseff por abuso de poder econômico e uso de recursos ilícitos na campanha e dão força para a mobilização popular pelo impeachment."
O manifesto da oposição também faz uma convocação para a participação popular em protestos pela saída de Dilma da Presidência, marcados para o dia 13 de março.
Também nesta terça, o ministro-chefe da Casa Civil usou sua conta no Twitter para sair em defesa da presidente e partir para o ataque contra a oposição que, segundo ele, ainda não superou o "trauma" da derrota eleitoral em 2014.
"Em vez de se preocupar com o que interessa ao Brasil, nossos adversários insistem na pauta única: tirar a qualquer custo Dilma do poder", escreveu o ministro na rede social, aproveitando para, mais uma vez, defender a legalidade das contas da campanha petista.
"Mas continuamos agindo com tranquilidade, porque temos certeza de que as contas da campanha foram pagas respeitando a lei", disse. "É preciso ter calma, porque a pressa da oposição só atrapalha e, enquanto eles não conseguem superar o trauma, o país precisa seguir seu rumo."
(Por Eduardo Simões)