Presidente do PP pressiona por saída da gestão Lula; Planalto monitora queixas

Publicado 07.03.2025, 04:01
Atualizado 07.03.2025, 07:10
© Reuters.  Presidente do PP pressiona por saída da gestão Lula; Planalto monitora queixas

O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas (PP), afirmou nesta sexta-feira, 6, que a "pressão" dentro do partido está aumentando para que o ministro do Esporte, André Fufuca, deixe o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Para mim, Fufuca não deveria nem ter aceitado o ministério. Não quero mais postergar essa decisão", afirmou, em entrevista à GloboNews.

Dirigentes e líderes dos partidos que integram o Centrão e de outras legendas de centro e centro-direita têm demonstrado desconforto com as mudanças que vêm sendo sinalizadas pelo governo Lula. Além da escolha, até agora, apenas de políticos do PT, com perfil mais ideológico, na reforma ministerial - Alexandre Padilha na Saúde e Gleisi Hoffmann na Secretaria das Relações Institucionais (SRI) -, a queda na popularidade do presidente também tem feito o grupo avaliar se vale a pena integrar a base de apoio dentro do Congresso.

Por ser abertamente de oposição e aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro, Nogueira tem verbalizado a insatisfação do grupo partidário com a gestão petista. O Planalto, porém, já detectou que o desconforto passa também por outras legendas do centro - entre elas o MDB, o PSD, o União Brasil e o Republicanos. A ideia no governo é tentar ampliar, a partir da próxima semana, o diálogo com esses partidos para reduzir as queixas.

O presidente do PP ressaltou na entrevista à GloboNews que não há compatibilidade entre o seu partido e o governo Lula. Segundo ele, foi feito um convite pessoal do petista para o deputado federal, de modo que não houve uma aderência ao governo federal. "Não digo nem para deixar o governo, porque nós nunca entramos. Ultimamente, tem criado certo constrangimento essa situação. Existe pressão da bancada para tomar essa decisão", afirmou o senador. "Vou conversar sobre isso com algumas lideranças."

Lira

Segundo integrantes da base aliada, a entrada de nomes do PP no primeiro escalão do governo passou por uma articulação negociada diretamente com o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para contemplar os parlamentares do Centrão que tinham bom relacionamento com o Planalto. Além da nomeação de Fufuca - que é próximo de Nogueira e de Lira - para o Ministério do Esporte, o PP emplacou também a presidência da Caixa Econômica Federal, com Carlos Antônio Vieira. Ele foi indicado para o posto justamente por Lira.

Na avaliação desses interlocutores de Lula, Nogueira tenta se cacifar politicamente com a pressão sobre o governo e busca fortalecer sua aliança com Bolsonaro, a quem visitou em Angra dos Reis (RJ) durante o carnaval. Ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro, o presidente do PP sempre foi visto dentro do Planalto como um representante da oposição. Por isso, segundo esses políticos, Nogueira não poderia sair, já que nunca entrou.

A avaliação também é de que seu movimento mais recente reflete a intenção de se reeleger para o Senado em 2026 ou mesmo ocupar uma eventual vaga de candidato a vice-presidente numa chapa da oposição.

Secretário

Ontem, ao Estadão/Broadcast, Nogueira afirmou que o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, deve deixar o PL e migrar para PP em breve para concorrer ao Senado por São Paulo em 2026.

A migração foi acertada com a bênção de Bolsonaro. Os três se reuniram em Angra dos Reis na última terça-feira, 4, para selar o acordo.

Derrite pertencia ao PP quando concorreu ao cargo de deputado federal e foi eleito pela primeira vez em 2018. O capitão da Polícia Militar migrou para o PL para concorrer novamente em 2022. Após sua reeleição, foi escolhido por Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a pasta da Segurança Pública, onde se destacou por uma política dura que provocou uma crise por causa do aumento da violência policial.

Apesar das críticas, Tarcísio garantiu no início do ano que Derrite não seria retirado do cargo. No governo estadual, o secretário se tornou um fiel representante do bolsonarismo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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