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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), voltou a criticar os preços do gás natural no Brasil. Durante o seminário “Gás para Empregar”, realizado nesta terça-feira (10.jun.2025) em São Paulo, o ministro classificou os valores praticados como “absurdos” e apontou os impactos negativos sobre setores industriais com alto consumo de energia, como siderurgia, petroquímica e cerâmica.
“O preço do gás natural no Brasil é absurdo e prejudica nossa indústria intensiva em energia”, afirmou Silveira, durante o evento promovido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Silveira defendeu o aumento da oferta interna como caminho para reduzir os preços. O Brasil reinjeta nos poços o dobro da média global de gás natural, o que restringe o volume disponível no mercado e contribui para manter os valores elevados.
“Não há justificativa para isso. É importante que a Petrobras (BVMF:PETR4) tenha consciência da importância de ampliar a oferta de gás”, disse.
Como exemplo de como o cenário atual afeta a indústria, citou a Vale (BVMF:VALE3). “O sonho nosso é que o setor mineral, pelo menos na sua 1ª etapa, que é a briquetização do minério, fosse feita no Brasil. Hoje, o índice é extremamente pequeno: menos de 15% do nosso minério de ferro é briquetizado no Brasil”, declarou.
Para ele, isso ocorre justamente por conta do preço do combustível. “Vamos exigir da Vale de briquetizar no Brasil com o gás a US$ 14 por milhão de BTU (equivalente a 26,8 metros cúbicos), sendo que ela tem esse mesmo gás a US$ 4 em Omã?”, afirmou.
O discurso ocorre no contexto do aumento da pressão de empresários e industriais por uma reforma na estrutura de preços do insumo, considerado um dos principais entraves à retomada da competitividade da indústria nacional.
PROJETOS EM ANDAMENTO
O ministro destacou investimentos em andamento que podem contribuir para aumentar a disponibilidade do produto. Citou um novo projeto da petroleira norueguesa Equinor, que deve adicionar 18 milhões de metros cúbicos por dia ao sistema nacional, e mencionou a possibilidade de ampliar a importação de gás da Argentina, da formação de Vaca Muerta.
Silveira lembrou ainda que a Petrobras concluiu recentemente a Rota 3, gasoduto que escoa a produção do pré-sal para a costa brasileira. No entanto, o ministro afirmou que, apesar do avanço na infraestrutura, o custo do gás que chega ao litoral brasileiro ainda gira em torno de US$ 11 por milhão de BTU, valor que considera elevado quando comparado a mercados internacionais.