Por Steve Holland e John Whitesides
WASHINGTON (Reuters) - O republicano Donald Trump surpreendeu o mundo derrotando a franca favorita Hillary Clinton na eleição presidencial dos Estados Unidos na terça-feira, encerrando oito anos de governo democrata e colocando o país em um caminho novo e incerto.
Rico empresário do setor imobiliário e ex-apresentador de reality show, Trump capitalizou uma onda de revolta contra Washington para derrotar Hillary, candidata democrata, cujo currículo no establishment inclui as funções de primeira-dama, senadora e secretária de Estado dos EUA.
Temerosos de que uma vitória de Trump possa causar incertezas econômicas e globais, os investidores mantinham distância de ativos de risco, como as ações, e o dólar norte-americano caía. No pregão overnight, os futuros do índice S&P 500 recuaram 5 por cento e atingiram os chamados níveis de limite mínimo, indicando que não se permitiria que eles fossem negociados abaixo disso até o horário normal do mercado de ações dos EUA nesta quarta-feira.
Trump obteve os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para conquistar um mandato de quatro anos com início em 20 de janeiro, vencendo em Estados-pêndulo nos quais as eleições presidenciais costumam ser decididas.
Trump, que apareceu ao lado da família diante de apoiadores empolgados no salão de um hotel de Nova York, disse ser hora de curar as divisões provocadas pela campanha e encontrar o meio termo.
"É hora de nos juntarmos como um povo unido", disse o magnata. Ele louvou Hillary por seu serviço e disse ter recebido uma ligação da rival cumprimentando-o pela vitória. "Serei presidente de todos os americanos".
Trump classificou sua adversária de "desonesta" repetidamente durante a campanha agressiva de ambos.
Pouco antes do discurso do republicano, o chefe de campanha de Hillary, John Podesta, pediu para os apoiadores presentes ao evento da democrata em Nova York a irem para casa. "Não teremos mais nada para dizer hoje à noite."
Vitorioso em uma corrida acirrada, na qual as pesquisas de opinião de voto previam um triunfo de Hillary, Trump conquistou o apoio ávido de uma base cujo cerne é formado por trabalhadores brancos sem diploma universitário prometendo ser "o maior presidente criador de empregos que Deus já criou".
Em seu discurso de vitória, ele disse que tem um grande plano econômico, que irá dobrar o crescimento econômico dos EUA e embarcar o país em um projeto de renovação.
(Reportagem adicional de Amanda Becker e Emily Stephenson, em Nova York; Letitia Stein, em St. Petersburg, Flórida; Luciana Lopez, em Miami; Colleen Jenkin, em Winston-Salem, e Kim Palmer, em Ohio)