O Departamento do Tesouro dos EUA divulgou na 2ª feira (18.set.2023) que a dívida nacional do país ultrapassou a marca de US$ 33 trilhões pela 1ª vez –o valor corresponde a mais de R$ 160 trilhões na cotação atual. Eis a íntegra do relatório (PDF – 82 kB).
O anúncio ocorreu dias antes de uma possível paralisação das agências federais em meio a discussões sobre gastos. O Congresso tem até 30 de setembro para aprovar um acordo para financiar o governo do presidente norte-americano Joe Biden ou concordar com uma extensão de curto prazo do financiamento federal nos níveis atuais. Se isso não acontecer, as agências terão de paralisar suas atividades até que o imbróglio seja resolvido.
A última vez que houve bloqueio dos serviços por falta de financiamento foi em 2019, durante o governo do ex-presidente dos EUA Donald Trump.
O acordo atual, bipartidário, prevê a suspensão do limite da dívida por 2 anos e o corte dos gastos federais em US$ 1,5 trilhão ao longo de uma década, congelando parte do financiamento que havia sido projetado para aumentar no próximo ano e limitando os gastos a um crescimento de 1% em 2025. O aumento do endividamento, no entanto, se torna mais um obstáculo para que o acordo seja aprovado.
GASTOS
Alguns programas do governo Biden devem ficar mais caros do que se esperava. Um exemplo é a Lei de Redução da Inflação de 2022, estimada em cerca de US$ 400 bilhões em 10 anos. Segundo estimativas do Modelo Orçamentário Penn Wharton da Universidade da Pensilvânia, a lei pode custar mais de US$ 1 trilhão, por causa da alta demanda por créditos fiscais de energia limpa.
Além disso, programas implantados durante a pandemia de covid-19 ainda custam caro. Um benefício fiscal para a retenção de funcionários projetado para custar cerca de US$ 55 bilhões aos cofres públicos fez o governo desembolsar US$ 230 bilhões.
Paralelamente, projetos do governo para arrecadar receita não passam no Congresso.