(Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta terça-feira que a autonomia operacional do Banco Central, estabelecida por lei em 2021, aumentou a credibilidade da política monetária do país.
"A autonomia do Banco Central aumentou a credibilidade da nossa política monetária", disse Lira no evento CNN Talks.
Segundo Lira, o projeto de lei que instituiu a autonomia do BC foi uma das reformas econômicas promovidas pela Câmara com o objetivo de colocar o país na "direção correta".
Ele também exaltou os projetos do arcabouço fiscal e da reforma tributária do consumo, ambos aprovados no ano passado, para "racionalizar" a política fiscal brasileira.
As declarações forem feitas na véspera do anúncio da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic. A expectativa do mercado é de manutenção da taxa no patamar de 10,50% ao ano, encerrando um ciclo de sete cortes consecutivos.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a atuação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmando que o chefe da autarquia trabalha para prejudicar o país.
Lula ainda questionou a autonomia de Campos Neto e disse ser necessário descobrir a quem ele "é submetido".
O projeto de autonomia do BC forneceu ao presidente da autarquia um mandato fixo de quatro anos no cargo. Com isso, em um cenário inédito, Lula não pôde realizar uma mudança imediata na liderança da instituição ao tomar posse, tendo que conviver com o indicado de Jair Bolsonaro até o fim deste ano.
(Por Fernando Cardoso, em São Paulo)